domingo, 3 de março de 2013

Será que estamos a deixar de ser idiotas?


As marés estão-se a tornar tsunamis e começam a emperrar a engrenagem. A cidadania está a acontecer nas ruas e, um referendo popular ontem, mostrou a crescente indignação em Portugal.

A revolta ainda está calada em muita gente e a raiva ainda não tomou conta da voz e das acções de outros tantos.

Talvez ainda sejamos idiotas no sentido do grego antigo por razões que se prendem com a nossa história de tradição católica e castradora, pelos anos de fascismo ou porque nos querem anestesiados.

Mas gostava que um dia fosse História esta nossa maneira de ser amorfa, corrupta, decadente, desleixada e idiota, tão bem retratada por Eça de Queiróz em várias obras.
Gostava que não saíssem das ruas, até mudar tudo.

Mas ontem orgulhei-me do que vi. Fui uma a contar para as estatísticas a Grandolar em Pemba. Não me interessam números porque apenas me basta olhar, para ver que esteve muita muita gente, pesadamente a dizer: estamos aqui, somos cidadãos deste país e queremos mudar tudo. Estamos no fim da linha e queremos mudar as agulhas.

Mudar de governo, de políticas. De sistema eleitoral. Queremos o regresso à democracia que nos represente, com ética. Que não deixe o povo sair do seu país. O país precisa de gente a trabalhar.
Que não tenha que abandonar os seus pais para ir produzir para longe. Ou voltar para casa deles para sobreviver. O seu povo quer trabalhar para fazer renascer o país. 

Como por exemplo o povo alemão fez renascer a sua Pátria várias vezes.
Mas até a Alemanha hoje procura portugueses para irem dar a sua contribuição no seu crescimento. Num passado recente  pagaram para abandonarmos as actividades produtivas. Que ironia.

Porque razão então, não cobramos outras regras da Alemanha que tem no seu DNA o anel do trabalho sim, mas causou 2 guerras, fez uma reunificação, caiu e levantou-se sempre, também porque dívidas imensas lhe foram perdoadas por todos os países que hoje estão no corredor da morte? tendo sido habilmente conduzidos para lá pelas regras da UE?

E nós, idiotas, sabujos, displicentes, amorfos, corruptos, desleixados aceitámos tudo e fechámos os olhos.

Demos carta-branca e voto a quem nos vendeu. E os nossos representantes, manipularam bem, venderam e colocaram-nos as algemas, a troco de uns pentelhos.
Deslumbrados e ingénuos fomos indo…
Por toda a Europa e não só foi assim.

Mas nós portugueses devemos ter algum valor. E temos! 

Sou de opinião de que se deve desenganar quem se julga seguro (incluindo o que está a afiar as garras passando-se por cordeiro), depois deste tsunami que está a alagar Portugal.

E toda a Europa. Já não estamos adormecidos. Estamos-nos a debater-se com o fogo do instinto de sobrevivência. No meio desta guerra são muitos os que acabam por morrer ou bater-se por um saco de laranjas. Nós somos eles e eles são nós. No mesmo saco triste. 

Mas também nascem movimentos que são 5 estrelas e outros mais hão-de surgir e, vão ganhar terreno. Havemos de aprender com a grande lição pacífica e verdadeiramente revolucionária da Islândia. Que usou a política para mudar. Que não foi Idiota (no sentido grego antigo).

Só as políticas podem mudar e transformar a nossa sociedade, hoje refém de algemas fechadas por uma UE arrogante, vendida aos mercados agiotas, e, autista, com valores bem distantes dos da sua criação.

Só novas políticas podem mudar e transformar o sistema em que vivemos. Para sairmos da nova escravatura por dívidas. Criada para sugar Idiotas, nós.

Contudo, neste momento só considero Idiotas, além do elenco governativo de que me envergonho, 

os Joões Salgueiros que querem drs e engºs a limpar matas (porque não ele próprio dar o exemplo? ou, desempregar o Relvas e dar-lhe uma enxada já que não quer estudar? 

E se há preguiçosos e aproveitadores que vivem do RSI e de subsídios, estes lordes de cima vivem de que actividade produtiva? fazendo o quê?...)

os Portas que pedem esforço físico (esse que está sempre à pendura, porque não dar-lhe 1 par de barbatanas e fazê-lo tchovar (empurrar em machangane) os submarinos, Tejo abaixo à procura de novos mundos?),

os Ulrichs, as Jonets, os Salgados (indecorosos porque falam de barriga cheia com bifes pagos pelos cidadãos que os salvam), 

os Cavacos (que me envergonha e muito porque fundador da venda do país a retalho, agora em estado de hibernação conventual com o Papa), 

passando pelos Barrosos, Constâncios, Sócrates (que nos trouxeram aqui por crimes como abuso de confiança entre tantos outros)…

São um saco de idiotas que devem aguentar sozinhos com as idiotices que dizem, fazem e fizeram, no abrigo de um hospital psiquiátrico por atentados ao decoro e à humildade.

Gamam, lucram, estão sentados à direita de quem esmifram e lhes paga, e, ainda gozam?

A todos estes IDIOTAS mencionados em epígrafe, dedico uma explicação que retirei de um articulista Micael Sousa, num artigo do Público hoje, sobre estarmos rodeados de Idiotas:

‎" Idiota, em grego antigo, queria dizer algo semelhante a: “Homem privado”. Ou seja, tendo em conta o modo como era vivida a cidadania na democracia ateniense, era inaceitável que os cidadãos se desligassem da vida política, que vivessem apenas como “homens privados”, defendendo apenas os seus interesses particulares. Partia-se do princípio que quem não participava civicamente – que na altura era o mesmo que politicamente – ou era egoísta ou não tinha as capacidades intelectuais mínimas para tal, logo era idiota."

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