quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ao estado a que isto chegou




Na espuma dos nossos dias,

Hoje li “ao estado a que isto chegou” depois de uma censura a uma imagem e logo escrevi.

É verdade, isto, somos nós portugueses, o nosso país, o Estado que somos nós e a Europa. Todos em péssimo estado, quais lutadores de um combate de boxe acabados de ser derrubados pelo Cassius Clay por KO. Estamos acomatados com os ossos todos partidos e o sangue a escorrer. Os avisos estão todos aí.

A fasquia desceu tão baixo que chegámos a este estado. Temos a pior geração de gente que se considera político (a lutar pela polis) na arte hoje pouco nobre de fazer política, com um objectivo apenas de estar no poder ou à coca. Com medo de colocar o seu lugar à disposição quando perde confrontos. Ou com medo dos confrontos, a maior arte da política. Mas esquecia-me que eles não são políticos, apenas querem poder.
Ao estado a que isto chegou!

Hoje poder significa estar debaixo da asa da titia Merkel ou das gigantes e colonizadoras corporações. E vir a ter um rio de forte caudal e fonte inesgotável de papel chamado dinheiro. Naturalmente que a ambição última é o domínio dos escravos.
Quando um grupo de iluminados ou adiantados mentais se "acha" dono do mundo num clube de campo com nome de cantor de barzinho de vila e manipula, domina e tem poder sobre todos nós não posso deixar de lamentar o estado a que isto chegou! A 2ª GM nunca foi perdida pela Alemanha, apenas travestida e hoje domina a Europa. E a censura instalou-se entre nós porque nos querem dominar pelo medo.
Ao estado a que isto chegou!

Dizem-nos que o voto neles é a forma de mudar…Eu digo hoje, que o voto conquistado a duras penas e sangue foi de tal forma manipulado e distorcido pela ganância, que serve apenas para perpetuar o sistema de donos de escravos (nós) nesta tragédia violenta, promíscua, obscena e pornográfica que é hoje a política dominada pela selvajaria chamada capitalismo.
Ao estado a que isto chegou. Apetece-me despejar baldes de alcatrão junto com penas num dia de aprazível reunião na casa da democracia. 

A PSP tem novas fardas vistosas mas anda a separar tampinhas. Enfermeiros, médicos, professores, ganham mal, são destratados e mandados embora mas pagamos impostos violentos e obscenos para supostamente termos saúde e educação de acesso gratuito a todos. Para não mencionar o caos vindo da Justiça. A banca continua a precisar de salvação, o PR faleceu há anos e o país recebe a extra-munção. O 3º Mundo chegou aqui.

No final, as consequências são vividas em especial por aqueles que não se conseguem ajustar e por todos os que não se podem ajustar.
Ao estado a que isto chegou repito!

Adiantei alguma coisa com esta prosa? Não! Mas desabafei. O que me ajuda a continuar a respirar e a ter uma esperança. Nem que seja com fórceps, há uma geração à espera de ser parida, para mudar e transformar este país que é de todos os que o amam. 

Entretanto com passos lentos de medo, fecham-se portas pouco seguras e nem com a ajuda da Marta o país se sente OK. Está em estado KO! Já agora Marta, eu, quero mudar o estado a que isto chegou. Tudo!

reportagem pornográfica,contém cenas chocantes

http://ainanas.com/must-see/politica/salarios-mordomias-e-luxos-dos-eurodeputados/

terça-feira, 27 de maio de 2014

A minha casa é a minha TriBu



A minha casa é a minha TribU
A minha triBU é a minha casa,
Construo mais um tronco na árvore da minha vida,
Comum com a minha TriBu,
Coloco mais um degrau embrulhado em seda
para nele vos acolher meus irmãos,
a quem sou tão grata
Moro na casa da minha triBU e
pergunto-me a cada dia…
Quando é que somos mais felizes?
Felizes porque em paz, com a luz que vem de dentro
É quando nos entregamos
Quando levantamos o lenço branco da rendição
Quando sabemos que nada mais podemos fazer
senão respirar e relaxar
É nesse momento de profunda comunhão entre a vida e o ser
Que se encontra o ritmo certo da dança da existência
O conflito inerente à vida
Cessa
Sem mais, rendo-me.
Mesmo que o conflito continue!
A rendição é a paz sob as asas dos amigos
No ninho protector da tribU

Coisas belíssimas que parecem impossíveis
acontecem sempre
E os amigos no meu caminho acontecem-me
Porque são o meu caminho
Bordado na riqueza do vosso oiro,
juntos desatamos sonhos
que em nós se enrolam nas
cordas entrelaçadas das nossas vidas

Uma simples palavra, um gesto delicado
Uma ideia, um momento
revelam um poema
fazem-me esquecer tristezas e perder-me
na beleza que são vocês meus irmãos
com diferentes cores, asas, troncos, sonhos
que me ajudam a transformar a vida e seguir
novos rumos
nesta minha vida fruto das vossas sementes
onde solidifico as minhas raízes e asas ganhei
e em liberdade as vejo metamorfosearem-se em poesia

sou feliz sim porque vocês um comigo,
caminho ao vosso lado,
são a sólida tribU na casa da árvore onde vivo
e em troncos cor de esperança, alegria,inspiração, 
amor e liberdade 
nela me visto.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

25 de Maio- Dia de ÁFRICA



Não me esqueci e aqui fica a minha homenagem, a minha história de amor com África, usando palavras de Mia Couto (retiradas de Mar me quer), numa intertextualidade com as minhas.

Eu, que de África me despeço e me regresso em permanência. 
Um sonho que passo no rosto com frequência para deixar a ruga ficar de longe a olhar-me.

-Sofres? Perdemos o amor?
-Devíamos no amor e na vida «logo pela manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga». Que impede o descolamento de ambos.
-Dá-me motivos para ficar. Não sei que mais posso consertar
-Queres-me consertar?
-Quero-nos, como fomos. Uma peça inteira
-Não me quero ir embora mas estou-te a perder
-Vou-me embora. Já não faz sentido
Dá-me motivos para não me ir embora
-Queres-me perder?
-Deixaste-te perder de nós…
-Vou…sair pela estrada e quem sabe…
Encontrar alguém que me dê motivo…para ficar
Viu-a afastar-se, abrir a porta e sair
Virou-se de costas para que a sombra não se doesse com as lágrimas que lhe caíam.
«Nunca ninguém foi tão vizinho. Quando ela não me está nas vistas está-me nos sonhos». Tinha que existir uma cola para nos arranjar.
Sentiu a brisa de calor dos seus lábios a pousar no seu ombro…passou-se um sonho pela pele que quase impediu o coração de bater.
- …tu e eu…«somos verbo e sujeito», o meu motivo para ficar.

sábado, 24 de maio de 2014

Bom fim de semana



Sempre a escrita e a leitura em dia de qualquer reflexão.
E o amor naturalmente. Como tema de vida.
E a musica, por defeito. E os amigos da tribU, claro.
Quando a imaginação não cabe em nós.
Viajem-Se beijem-Se e Desregressem-Se

O texto que se segue é uma fusão gourmet de palavras de Mia Couto num diálogo em Veneno dos Diabos e da minha filha Vanda que se apaixonou pela escrita

-Tenho medo de te beijar.
-Porquê? -perguntou ele.
-Porque tenho medo de te perder para sempre se te conspurcar com o desejo carnal.
-E" tens medo de fazer amor comigo?"
- sim - respondeu ela.
- Por conspurcar?
- já estaria, pelo beijo. Mas não é por isso.
- É porquê, então?
-" Tenho medo de não regressar. Não regressar de ti."

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dia do Autor- 22 de Maio

Foi com emoção :P que descobri que os autores também têm um dia especial, o 22 de Maio.
Como os autores são iguais às outras pessoas e são-no por causa das outras pessoas para além de si próprios, deixo aqui um texto de identidade renovado, que escrevi depois de lançar o meu livrito. Obrigada por lerem os textos da minha autoria . Parabéns a todos os autores.


Sinto-me guineense,
Papel, fula bijagó, doce, zangada,apaixonada
Sinto-me portuguesa,
Grega,romana, visigoda, exploradora,explorada, marinheira, magoada
Sinto-me angolana,
Quimbunda,ovimbunda,negra,branca, caçadora da vida
Sinto-me timorense,
Ilhéu,vulcão,continental, triste, vulnerável
Sinto-me asiática,indiana,
Hindu, budista, cristã, muçulmana, filósofa
Sinto-me europeia,
Judia, árabe, caucasiana,cigana, aventureira
Sinto-me santomense
Lenta,veloz,desalmada, faixa de Gaza,rainha
Sinto-me brasileira
Escrava,libertadora,comerciante, ladra, justa, guerreira, frágil
Sinto-me caribenha
Mulata,cor carapinha,olhar limpo, cabelo despenteado
Sinto-me moçambicana
Continente, governadora, dona de escravos, vendida,vendedor
Sinto-me cabo-verdiana
Olhos de sabor avelã, com a esperança da cor de mar verde, fio de cabelo castanho, feliz

Sou o pôr do sol,
o amanhecer da vida em cada dia
sou uma história feita de estórias
em versos de uma prosa demorada

Eu sou todos
Quando me relaciono com os outros
descubro-me e completo-me

nem totalmente boa, mas não completamente má,
sou vagabunda, sombria
sou a imperfeição do ser

Sou átomos de todos
e todos têm moléculas de mim

Pertenço a tribUs em cada lugar
de cada coração que abraça o meu
e em lugares sem gravidade
deixo excessos de bagagem

sou a dança com o ritmo das letras,
sou o gingar da música global,
sou a escrita com alma,
sou a que se deixa conduzir
pela sublime literatura universal
de poetas e escritores,
filósofos, criadores
e doadores
dos mais elevados sentimentos,

sinto com um coração,
Que pulsa sangue vermelho…

sou, apenas sou,
pó de estrelas
calçada de liberdade
despida de medo
vestida de paixão transparente
um pouco de nada, muito de tudo

sou...humana