Não me esqueci e aqui fica a minha homenagem, a minha história de
amor com África, usando palavras de Mia Couto (retiradas de Mar me quer), numa
intertextualidade com as minhas.
Eu, que de África me despeço e me regresso em permanência.
Um
sonho que passo no rosto com frequência para deixar a ruga ficar de longe a
olhar-me.
-Sofres? Perdemos o amor?
-Devíamos no amor e na vida «logo pela manhã, passar um sonho pelo
rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga». Que impede o descolamento de
ambos.
-Dá-me motivos para ficar. Não sei que mais posso consertar
-Queres-me consertar?
-Quero-nos, como fomos. Uma peça inteira
-Não me quero ir embora mas estou-te a perder
-Vou-me embora. Já não faz sentido
Dá-me motivos para não me ir embora
-Queres-me perder?
-Deixaste-te perder de nós…
-Vou…sair pela estrada e quem sabe…
Encontrar alguém que me dê motivo…para ficar
Viu-a afastar-se, abrir a porta e sair
Virou-se de costas para que a sombra não se doesse com as lágrimas
que lhe caíam.
«Nunca ninguém foi tão vizinho. Quando ela não me está nas vistas
está-me nos sonhos». Tinha que existir uma cola para nos arranjar.
…
Sentiu a brisa de calor dos seus lábios a pousar no seu
ombro…passou-se um sonho pela pele que quase impediu o coração de bater.
- …tu e eu…«somos verbo e sujeito», o meu motivo para ficar.
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