A minha alma anda doentiamente magoada com as atrocidades
diárias sobre as pessoas em todos os cantos do planeta que estão a matar
serenamente gente, a sufocar lentamente gente, por gente que gente não é
certamente. Os meus dedos e o meu espírito ficam incontrolavelmente indomáveis
e sedentos de encontrar as teclas para formar palavras, pensamentos, ideias que
exterminem a angústia. Rodeada de livros onde busco nos seus troncos as
respostas e encontro o meu descanso. Esqueço-me da divisão dos dias e da noite.
Dias que começam e acabam sem que a rebeldia morra. Como o pequeno-almoço às onze
da noite, e tomo o pequeno-almoço às três da tarde na companhia do movimento
dos planetas, na nave mãe que gira livre e despreocupada. A sorrir dos nós com
que nos atámos. Ela sabe que o seu sol não lhe falha, enquanto que nós…pobre
gente atada com nós, de nós mantém-se aprisionada e dos nós não se desfaz.
Não existe linha de chegada para o que
queremos fazer nem linha de partida para o que vamos fazendo. Basta decidir
seguir a corrida na pista sem medo de perder ou ganhar, mesmo não sabendo como
e o que fazer. O sol amanhece de novo e mais um ramo vai aquecer para nele me
encostar a descansar do nó que me prender.
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