sexta-feira, 16 de maio de 2014

Nós




A minha alma anda doentiamente magoada com as atrocidades diárias sobre as pessoas em todos os cantos do planeta que estão a matar serenamente gente, a sufocar lentamente gente, por gente que gente não é certamente. Os meus dedos e o meu espírito ficam incontrolavelmente indomáveis e sedentos de encontrar as teclas para formar palavras, pensamentos, ideias que exterminem a angústia. Rodeada de livros onde busco nos seus troncos as respostas e encontro o meu descanso. Esqueço-me da divisão dos dias e da noite. Dias que começam e acabam sem que a rebeldia morra. Como o pequeno-almoço às onze da noite, e tomo o pequeno-almoço às três da tarde na companhia do movimento dos planetas, na nave mãe que gira livre e despreocupada. A sorrir dos nós com que nos atámos. Ela sabe que o seu sol não lhe falha, enquanto que nós…pobre gente atada com nós, de nós mantém-se aprisionada e dos nós não se desfaz.


Não existe linha de chegada para o que queremos fazer nem linha de partida para o que vamos fazendo. Basta decidir seguir a corrida na pista sem medo de perder ou ganhar, mesmo não sabendo como e o que fazer. O sol amanhece de novo e mais um ramo vai aquecer para nele me encostar a descansar do nó que me prender.
 


Sem comentários:

Enviar um comentário