Max Weber, apresentou
o poder “como sendo toda a probabilidade de impor a própria vontade numa
relação social, não obstante qualquer resistência e independentemente do
fundamento dessa probabilidade.”
Fui alavancada pelo empreendedor com style do Gang Miguel para
escrever estas linhas. Ele acha-se com poder.
Deram-lho!
É a doença deste país. Todos se acham com
poder.
Miguel afilhado do outro, tu que andas por
esse país a alavancar carreiras e a espalhar a boa nova com a almofada de
dinheiros comunitários e apoio governamental do padrinho, que julgo até hoje
mesmo que não presencial, ainda é a eminência parda do regime, deixaste-me
comovida.
Sobretudo por já terem falado mal de ti o
que deixou a tua mãe em lágrimas.
Como sou mãe estou solidária.
Se um dia falarem mal do meu filho, não
ficarei apenas nas lágrimas, vou-lhes às fuças. De alguém que há-de ser filho
de alguém e vou deixar mais uma mãe desconsolada.
Se antes, não te for às tuas. Mas
apetece-me ir de outra maneira. A soltar o verbo.
Então deixas que falem mal de ti quando tu
só queres o bem dos outros segundo dizes na tua entrevista?
Vives para transmitir essas alavancas e
almofadas e mais palavras do teu acordo com a linguagem do desenvolvimentês e
sabes o que fazes?
Em vez de motivês estás a insultar quem
trabalha muito e ganha o ordenado mínimo.
Aqueles que saem de casa muito cedo e
voltam muito tarde e nem atenção dão às famílias, porque a grande preocupação é
trazer hamburgers do Lidl, porque não dá para mais.
Insultas aqueles que diariamente batem a
portas e falam com montes de gente, a humilharem-se quantas vezes, por um
trabalho qualquer, independente das qualificações.
Insultas os jovens que eu conheço e são
muitos, que trabalham sem horários e às vezes com dinheiro dos pais para a
gasosa ou passe, porque apenas querem…trabalhar.
Insultas quem não nasceu com o dom da
palavra para endrominar como o é a tua.
Insultas as pessoas como eu, da minha
geração, que aos 48 já não têm trabalho e mais grave que tudo: não o encontram,
porque não há.
E emigram perdendo o que construíram nas
suas vidas em família e com os seus amigos. Como eu.
Não existe trabalho ou emprego o que
quiseres, entendes cromagnon?
Não é demagogia estúpido, é a realidade. É o crime premeditado
em que vivemos ou o erro do excel. Lê, vai estudar, informa-te, fala com
pessoas que saibam mais do que tu (não estou a falar do teu padrinho, estou
mesmo a falar daqueles que sabem!) e olha à tua volta antes de lançares a
tua arrogância para a praça.
Até achava graça ao teu espirito, mas quando
perdeste a noção da humildade, e te achas o máximo, perco a paciência, como tu
com os que não querem ou não sabem trabalhar.
Só ao tabefe! Desce do teu pedestal e
apanha o comboio para Berlim. Agora tudo está a florir por lá.
Quando não há dinheiro não se consome e
sem consumo a economia não funciona. Sobretudo quando nada se produz. Como tu!
Nada produzes.
Isto é a economia estúpido!
Tenho muitas coisas mais para te dizer,
mas não vou gastar palavras e dar-te atenção em demasia. Ouvi dizer que a Merkel
agora quer para si a soberania das nações.
Manda-lhe o teu CV. Ou antes vai ser
empreendedor para o clube dela. Fazes-lhe o tipo certamente. E ela dá-te
nacionalidade, já que estamos a perder a nossa.
Mito não são as pessoas que não querem ou
não sabem trabalhar. Essas, deixa-as. Fazem o que querem. Estão onde querem.
Respeita os outros, tu menino, a quem
faltou chá em pequenino.
Por solidariedade com a tua mãe, não, este
não é um insulto.
Compreendo que nem todos possam empreender
a viagem da educação. Que é a mais bonita de todas e incompreensível para ti.
Mito é o teu espelho que te diz que és
fantástico.
E, como o da branca de neve, um dia vai-se
partir.
É o que a vida ensina aos arrogantes.
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