segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

E a Nigéria? E a liberdade?


E o povo pá? O espelho do divórcio entre 1% e os 99%
Vocês querem é aparecer pá!

Enquanto se riem as hienas...
E a Nigéria?
Neste momento se soubesse desenhar fazia um cartoon: Jesus, Maomet, Buda, Ghandi, Rabin, o 10º Dalai Lama, Confúcio, Mandela,a marcharem de braço dado na direcção destes, com granadas de ferrero rocher e uma legenda:

Têm medo pá?
E a liberdade pá?






Hoje passei parte do dia nas ruínas arqueológicas de um lugar de culto sufi. Pensei e falei imenso com pessoas que sabem sobre o que foi o domínio árabe em Portugal. Uma civilização magnífica em todas as áreas e que também degolou muitas cabeças. Que caiu e viu tomada a prevalência da civilização ocidental cristã, dominada por católicos. Isto julgo não estar errada, são factos.
Hoje senti mais do que nunca o que me estão a fazer ao cortar a liberdade de expressão se cedermos ao "bullying" de extremistas ditos muçulmanos.

E ao medo, se cedermos ao medo da violência que nos fazem ao tirar-nos o pão e a dignidade. Ao considerarem-nos pouco humanos e sem direito a existir. Apenas um número. Sem liberdade.
Algumas Nações Islâmicas de extremistas são tudo menos democráticas e tolerantes e fomentam estes casos. Condenaram à morte Salman Rushdie por ter escrito um livro. Hoje e ontem mataram sufis e curdos. Homossexuais, mulheres adúlteras e quem pensa e fala contra o Corão. Livremente.
Do outro lado, alguns Estados ocidentais “livres e democráticos” patrocinam estes grupos armando-os até aos dentes, segregando-os, alienando-os e bombardeando-os. Livremente e sem o acordo dos povos que os elegeram.
As religiões são uma das grandes causas de obscurantismo, alienação, de preconceitos e intolerâncias. O que eu quero é que ninguém morra nem mate por causa de intolerâncias e preconceitos. Faz algum sentido? Talvez eu seja um caso perdido…
Como disse o Imã da Mesquita de Lisboa: "quem vive num determinado Estado (que por acaso como o nosso e a França, republicano e laico, acrescento meu), segue as regras do país, ou emigra"(se não sente que a sua fé ou o uso do seu véu é incompreendido).
Há ainda muito por dizer e esclarecer. Eu quero viver num mundo onde possa criticar e rir abertamente do que quer que seja, sem dar o meu peito a balas, no meu país em particular ou noutro qualquer.
Eles, a meia ou uma dúzia de Estados que fomentam estas guerras, usando o ódio para chegarmos a este estado de barbárie entre povos, porque se achando com a razão de imporem a sua lei, e/ou a lei da bala, e/ou a da religião (contrária à ideia de amor, veiculada à ideia essencial a qualquer religião) deve continuar a ser criticada.
Com total liberdade de expressão. Não há intocáveis. Na minha modesta opinião. Quem se sentir muito ofendido religiosa ou politicamente, use formas adultas e civilizadas de pedir defesa.
Fale-se, critique-se, discuta-se sem nunca perder o pensamento crítico. É a partir dele que nasce a evolução. Sem hipocrisias.

(Sobretudo de quem hoje bombardeia ou dá o sim a guerras e rouba liberdades e de seguida vai participar em manifestações pela liberdade e de imediato não adopte leis onde mostrem a boa vontade de fazer prevalecer a mesma).









sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Um problema de expressão

Esta é a Idade Média do século XXI.
Porque milhões são silenciados por milhões de razões obscurantistas que perturbam uma vida sem medo: a vida sem saúde,sem educação,sem justiça, sem pão, sem dignidade.

Escolho a poesia e a passagem à clandestinidade se preciso for 
para combater fascismo, exclusão, silêncio e terror
Poesie-se a vida com desobediência!
São milhões as vozes com sonhos esmagados
Com vidas suspensas
Que silenciam a força mais criativa de que dispomos:
a vida dos sonhos.
No teu jardim plantam não árvores com luzes
Mas minas anti-pessoais cinzento-escuro
Muito escuro. Feitas de preconceitos.
São muitos
Dentro da zona da morte
Fora de qualquer conforto
A quem esmagam sonhos
A quem suspendem a vida
São muitas as vozes loucas que não calam
A natureza do espírito
Na loucura de tentar parar a loucura de homens loucos
os prósperos insatisfeitos, arrogantes e incapazes de humildade
Sem outros sonhos nem vidas
Cujo mérito vem da pobreza de ter apenas materiais riquezas
e condenam à morte
com bombas que chovem de todos os céus,
vidas com sonhos.
Contra o vento, levanta-te e voa!


Cartoon de Uderzo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

"Weapons of mass creation": a liberdade de expressão.

Eu sou Charlie e sou Ahmed

A guerra e a pobreza são grandes negócios.
A ignorância é a raiz de todo o mal.
A não esquecer o verdadeiro perigo: esta não é uma guerra religiosa. É uma guerra fascista. Com sede de poder.

"Os que matam fazem-no porque lhes falta a inteligência e a sensibilidade de quem estão a matar" e a cultura e conhecimento vinda da Educação, acrescento eu.
Qualquer civilização torna-se mais sábia, tolerante e mais humana quanto mais sensibilidade e culta for.
O que o fascismo latente e até exposto, bem como a guerra geo- estratégica pelos recursos naturais nos quer tirar, instigando medo e ódio.
Cuidado, o "grande irmão" está de olho em ti, a manipular-te.
Se no poder não tivessem medo vindo da nossa imaginação, dos nossos sonhos, das nossas ideias, a civilização tomava o seu lugar.
E é nesta terra onde nasceu a carta dos Direitos do Homem em 1789, a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade, que espero que o "ovo da serpente" seja aniquilado e renasça um sinal de esperança, sem fascismo, sem intolerância, sem medo e espalhe como um vírus.
Em e com liberdade.

Como pessoa, como autora e como cidadã só tenho um credo: a liberdade!
A vida só tem importância se para a eternidade a marcarmos sem a existência de medo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O medo não tem pátria nem fronteiras.



O humor e a sátira foram feridos de morte, com um ataque ignóbil de intolerância à liberdade como causa provável.
As cabeças continuam a rolar na guerra do governo contra os pobres.
Cabeças rolam por intolerâncias.

Os pobres ainda vivos distraem-se com desgraças desgraçadas, empregos miseráveis para estarem sempre muito ocupados ou demenciam-se no vazio. Ou morrem com um buraco no estômago. Sem liberdade.
Milhões de mortos com fome é um ataque igualmente ignóbil à vida.
Tudo está ligado nesta guerra desigual de destruição massiva da raça.

Por cá as nuvens são da cor da inexistência de células cinzentas.
Sem liberdade nem pão.

Os cegos irresponsáveis que vão e estiveram ao leme desta nau, sem fronteiras nem Pátria, a conduzi-la para o seu fim, usando o medo em todas as áreas das nossas vidas e forçando-nos a morrer de fome, a morrer sem dignidade, são tão necessários quanto a fome e as intolerâncias que provocam a morte. 

O Islão, não é o que os extremistas querem mostrar. Mas alguém lhes paga as armas e oferece fósforos para acender o fogo do ódio e criar medo. Quem?

Precisamos manter um estado individual e colectivo de desobediência e serenidade. Sem cruzarmos os braços. Não responder à intolerância com intolerância e ódio.
Fintando os seus ataques. 
Eles têm as pedras. Quando as atiram, nós temos de as apanhar, enrolar em papel pardo, molhado no sangue dos que o deram bramindo o seu grito, e, deixar que eles escorreguem sozinhos no lodo que criaram.
Encaminhando-os a "eles" para o suicídio individual e colectivo com a quantidade de minhocas que vão destapando em cada buraco que cavam. O último rirá melhor.
Por ser mulher, solteira, munida de cordas vocais e de liberdade, num mundo oferecido a intolerâncias, já me tentaram calar. Extremistas e intolerantes da liberdade. Mesmo rouca, arrastei-me na minha pele, fui bramindo a voz e saí viva a usar a minha liberdade ainda mais alto. Ri por fim.
Saúde e liberdade será sempre o grito dos que aceitam o chão duro para se deitar mas não têm medo. Dos humoristas, dos artistas e criadores de alternativas para a humanidade.
Carregamos demasiados mortos de ontem para hoje podermos brincar, satirizar, escrever a revolta e descomprimir os medos que nos inventam e patrocinam.
O código de Hammurabi (olho por olho,dente por dente) fala alto, mas eu não o ouço. Mas os mortos falam e todos os ouvimos. A esses eu honro.
Eu, nova escrava, por ouvir-lhes a voz, ferida quase de morte, naturalmente que não me posso calar. Em nome da liberdade. Sem pátria nem fronteiras. Com fome, porém sem medo.


domingo, 4 de janeiro de 2015

Governados por governANTAS

(Ficção que escrevi imaginando uma sociedade de antas atacadas por um verme no cérebro, que lhes distorce a consciência).

Entre um ano horribilis parecido com o ano das Cruzadas e o ano da queima de bruxas, com novaos ataques de vírus e invenções de estados extremistas, aviões desaparecidos, e um ano novo pela frente cheio de pontos de interrogação, a peça está ao rubro.
Governadas por govern-antas, apenas gerindo as restantes antas no seu declínio individual e colectivo, este é o contrato vitalício que as obrigam a assinar:
A partir de alguns anos de despreocupação, com a liberdade condicionada por imposição de comportamentos e regras, quando chegares a algum grau de ordem, entras para um sistema educativo e deixas de ser um ser único para te transformares num ser igual a outros, a pensar igual a tantos outros.
Quando da fábrica saires, fábrica que te impingiu informação mas não conhecimento nem saber, depois de aumentares a tua dívida, o teu diploma vale menos e não tem saídas no emaranhado da floresta laboral.
Se ficares à espera de arranjar trabalho, deves aceitar ser estagiário não remunerado, ou passar recibos da cor da esperança. Se conseguires arranjar algo que te ocupe miseravelmente desde nascente a poente, e, pouca retribuição, sem tempo para o lazer, a família, a criatividade, que não te traga orgulho ou mérito, sê humilde e dá-te por feliz por o teres.
Se ficares sem nada a meio caminho da vida, dá-te por honrado com os anos de glória. Aceita e retira-te para os braços da solidão, da comiseração, paternalismo e complacência das demais antas caridosas. Ou para os restos da sopa dos pobres.
De noite prometemos dar-te cerveja em promoção e muita televisão para aliena-mento (alienação fingindo entretenimento) e injecções de manipulação para atingirmos a nobre e perversa tarefa de escultores da destruição de sonhos.
Prometemos-te no final da semana uma compensação (podes e deves usá-los aos dias de semana): encher-te de açúcar e comprimidos para qualquer estado de ânimo.
Aproveita para correr e apanhar sol ou enfiar o fato de treino, a pulseira Tucson para equilibrar, enquanto te exercitas em belas passeatas nos supermercados repletos de prazeres visuais, alimentares e sensoriais para levares para casa, antes de recomeçares o ciclo esquizofrénico da semana.
Vê futebol sem descanso, vai religiosamente à missa confessar-te e enfarta-te.
Terás o verdadeiro significado de comer, orar e amar-(nos) numa só vida.
Prometemos-te perigos e medo. De tudo e em tudo. Inclusivamente de viver. Seremos criativos no que inventarmos.
Vive medíocre e ignorante.
Promete-nos que usarás esta liberdade condicionada, em prisão domiciliária, durante pelo menos setenta anos.
Depois morres.
Combinado?


Qualquer semelhança entre o que escrevi e a realidade é pura coincidência.
O milagre da peça é que cada um tem o poder de transformar o pão, abrir o seu regaço e dele fazer cair rosas enganando o rei.

Curiosamente ouvi a frase na imagem, criada por um amigo na Invicta. Inspirou-me e até escrevi sobre o assunto. Agora a criatividade da inspiradora web 2.0 onde não há autores com direitos e todos somos criadores, fê-la saltar para um desenho.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

"O mundo está grávido de outro melhor", Eduardo Galleano Juntemos as parteiras. Deixemos passar a luz.

"O mundo está grávido de outro melhor", Eduardo Galleano
Juntemos as parteiras. Deixemos passar a luz.
Oleada que está a máquina da esperança, porque a vida corre depressa sem pena de ninguém, vivam sem pena de a deixar para trás parada. Corram atrás dela como se disso dependesse a vossa vida.
Atirem-se, atrevam-se, acordem-se. E segurem-se!
Porque o ano novo vai ser ainda mais difícil. Os ddt´s (donos disto tudo) não brincam em serviço.
Desejo muito que não adormeçam. Que não se deixem embalar. Porém sonhem! Alto, em grande e acordados. Com fogo nos olhos, com ardor nos pés, com transparência nas mãos, com brilho rasgado no sorriso. Com graça, raça e estilo!
Mesmo que os ddt´s tentem negar as evidências, uma arte na qual são bastante engenhosos, não os temam.
Com o objectivo de unificar e para o mais fácil entendimento entre as Nações, o calendário gregoriano pulou uma página e, o mundo girando, foi trazendo todos os seus cantos para um novo ano. A esta hora já todos acordamos ou começamos a dormir com um número diferente para escrever.
E é tudo! Será? Oxalá!
Quem dera que mudasse o essencial: o sistema em que vivemos que é como dizer, quem somos como mentalidade individual e colectiva. Mudamos em permanência, porém, tenho na lembrança que algo só mudará na vida de cada um e de todos nós, se houver consciência de querer mudar.
De resto, as contas dos serviços que necessitamos vão mudar: passam a ser mais elevadas! O governo vai continuar a querer vender-nos aos retalhos e vamos continuar a ser indecentemente explorados e manipulados. O afundamento processa-se a uma velocidade furiosa.
O acordo ortográfico, a casa dos segredos e as novelas parece que se mantêm para descanso de alguns.
Olha ano novo, com velhos dogmas, vou estar atenta a ti. “Estou-te a ver”!
Pela minha parte tenho o que preciso, o necessário e o essencial para enfrentar a vida e todos os anos que me restem: a matéria de que sou feita. Mas falta-me tanto para poder ter equilíbrio como ser, num grupo de outros seres.
Naturalmente que quero 365 oportunidades para voltar a ser criança. Quero 365 oportunidades para escolher morrer:
de amor
e celebrar a criança que sou.
Mas um dia, como tudo muda, o vento vira a página e abre-se uma nesga de sol por entre as nuvens cinzentas. No meio de tanta perversidade, há homens e mulheres bons, que lutam, que oferecem a vida por causas e pessoas. São as sementes da mudança.
Basta que alguém apanhe um vírus, de decência, de bondade, de bom senso, da capacidade de criar e pensar para estes se espalharem como uma epidemia. É nesta epidemia que acredito a cada dia de cada ano.
De olhos bem abertos, com a cabeça dos gauleses o coração dos hippies, a alma das fada, o espírito cigano, e, a alegria dos duendes, que são tudo o que precisamos na renovação da eterna esperança, de um dia, de um ano qualquer, sermos como o cogumelo: um fungo que nasce de uma terra bem regada.

Com arte se re-evoluciona e é dele a imagem: Banksy.