sexta-feira, 7 de junho de 2013

400 milhões de crianças sem futuro


Relembrar o dia da criança africana

Não é por decreto que se erradica coisa alguma das sociedades. Apesar de alguns decretos ajudarem a fazer sair das práticas da raça humana, algumas destas, porque ignóbeis.
Não sei se os números estão certos, mas basta-me sair de casa para ver estas crianças, que sem saberem ainda, não têm direito ao futuro.

Basta-me ver 1,6 ou 100 para perceber a ilusão dos decretos. E basta-me ver uma para perceber que estamos a falhar. Como sociedade. E isso aperta-me as entranhas. Como dever-nos-ia apertar a todos.

Apesar das crianças terem direito a carta com vários decretos. Daqueles que apenas estão no papel. Um decreto ilusório.
Porque quem as escreve e quem as partilha pouco consegue na prática. Todos nós.

Ilusão que me faz pulsar o coração, sem sangue. No vazio.
Não estamos a conseguir libertar as crianças da escravidão, da falta de acesso à educação, da saúde, da mutilação, da violência.
Estamos a roubar-lhes os direitos, mesmo que estejam numa carta.

Hoje quem governa em África em particular, seguindo agendas internacionais mas sobretudo as próprias, já não tem mais desculpa ou justificação.
Esquece-se que um dia foi criança e por uma circunstância histórica ou democrática, recebeu o poder em adulto. Esquecendo-se que aquela criança que hoje lhe pede bacela, podia ser ele.
É a morte do sonho, do futuro para estas crianças perdidas mas sobretudo abandonadas. Aos milhões!

Enquanto houver uma criança sem professor, sem um médico, sem uma escola, sem um livro, sem um lápis, sem um caderno, sem um instrumento musical, sem tecto, sem receber um verdadeiro cuidado de quem governa, ninguém deve fazer coro com o silêncio.

Como na Europa e no resto do mundo com crianças nestas mesmas condições.
Enquanto houver um governante com acesso a uma herança que não lhe pertence e que abusivamente não a partilhe e distribua com a sua “tribo”, decreto que abusarei do meu direito de os não deixar dormir. 
Em nome daqueles que um dia virão a ser adultos e receberam juntamente com a vida, o direito a ser felizes.

Às crianças portuguesas está a ser roubado o futuro e saqueado o presente por corrupção e má governação, aqui fico irredutível no meu direito de rebelião. 
Apelo a uma greve contra o sistema como ele está. Uma greve de cidadania.

Enquanto não houver hoje um verdadeiro Estado, a proteger quem vai ensinar e mostrar o futuro a estas crianças, ofereço-me para não levantar a bandeira branca de tréguas.

Por total imerecimento dos alguns que se assenhoraram do poder ilusório que hoje têm sobre os outros homens seus pares.

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