quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pobre do verde abacate


Estou muito orgulhosa. 

Os textos que vou escrevendo e deixando no meu blog estão a ser publicados noutros blogs, o que me acrescenta baba, mas sobretudo contentamento, porque há alguma malta que perde tempo a ler as minhas opiniões. 

No meio de milhões de opiniões, sou uma pequenina. Apreciada por alguns.
Agora com as redes e os blogs somos quase todos escrevidores de opiniões. 
Ainda bem. Somos necessários para formar massa crítica.

Escrevo para quem me lê e até gosta vá :) 
Obrigada a todos os que me vão lendo e fazendo elogios. 
Os que não gostam também são bem vindos. 

Os consensos não são o meu forte. Pago para ter boas discussões. 
Em vinho e cachupadas. Não se aceita body visa. 
Só consciências serenas e muita alegria.

Para mim, cada vez mais, escrever é um estado de alma, 
ou melhor, é compor num texto o estado da alma. 

Vou continuar a fazê-lo (mesmo contra aqueles que neste momento estiverem a abanar a cabeça num profundo:ó nãooo). 
É inevitável. 
Faz parte da pele.
Em linguagem da nova era, é a minha missão e o karma de quem me vai lendo.
É a minha capulana. Partilho-a convosco e embrulhemo-nos 

Convidaram-me a escrever um texto sobre moda e até me ri...eu e a moda não ligamos.
Ela existe e eu também,no entanto descruzamos os caminhos. 

Escrevi, e, o texto foi para espanto meu foi publicado...

aqui vos deixo o link 
http://gosto-de-moda.blogspot.pt/


Pobre do verde abacate

Julgo que é cíclico hoje na moda amanhã ultrapassado.
Hoje ser fashion é usar o vermelho morango e o azul uva, amanhã os lilases maracujás e os azuis marinhos do mar de Zanzibar. E quando é que chega a vez do verde abacate tão desprezado?
Nunca entenderei esta coisa das escolhas dos tons para a época primavera-verão ou outono-inverno. Talvez porque seja perversa e anti-apartheid.
Sou democrata e boa cristã sem re-ligações de qualquer tipo: não faço descriminação às cores.
Uso todas as do arco-íris e derivadas, quando me apetece. Porque merecem e pronto! Porque as gosto e desconsigo pensar que o amarelo-papaia não está na lista das cores dos pensadores e fazedores de modas para uma época qualquer.
Impensável seguir modas, a não ser a minha. A que não me faz perder tempo com prisões. De tempo e escolhas.
Lembro-me de que quando cheguei à Europa vinda de África, habituada a ter o pé junto da terra, fui apanhada pelo Inverno. Calcorreei todas as sapatarias de Lisboa e arredores à procura de botas de inverno. Só usava botas confortáveis onde os pés se continuassem a sentir libertos de opressões. Só recebia como resposta: esses botins foram descontinuados…agora só há botas de biqueira e saltos finos. 
E agora? o que fazer perguntavam os meus dedos delicados? Nem uso, usei ou usarei, saltos mais altos que sabrinas e com biqueiras largas…
Fui obrigada a aceitar a política da maioria, o que me deixou sem margem de manobra para contestar. Só em lojas de 2ªmão diziam-me. Pouco usuais em Portugal.
Foi finalmente em terras romanas, numa feira, que consegui umas botas que duram até hoje, para quando estou em terras onde o inverno me obriga a não deixar os pés respirar. Mas pelo menos estou confortável.
Na minha longínqua infância tinha roupas próprias para vestir aos dias de semana diferentes das domingueiras. Estas últimas envolviam sempre uns vestidos com rendas a preto e branco. Sentia-me sempre uma dama-antiga da classe pobre dos livros da Jane Austen.
Talvez por isso, a partir da adolescência até aos dias de hoje opte por usar todas as cores, estampadas em saias compridas, que quando saem de moda, criam-me os mesmo problemas para as encontrar como as botas curtas, de salto baixo.
Talvez eu seja um caso de estudo para a psicologia, mas só uso o que a minha moda me determinar e de acordo com uma regra: o meu bendito conforto.
De volta a África tenho 2 amigos: o sol e o mar: todas as cores de capulanas para saias e vestidos compridos e chinelos, condizem com as suas cores.


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