domingo, 21 de julho de 2013

Sobre as peúgas brancas…


Gostos não se discutem…educam-se: rótulos e ditaduras das tendências. 


Ouvi dizer que a educação também se faz acontecer no que diz respeito a gostos. Concordo!

Se pensar que o indivíduo é influenciado pelo meio ambiente familiar e social que o rodeia e, que o papel da educação é o de trazer à luz criadores e não repetidores, bem como, formar mentes capazes de criticar e experimentar, ao invés de aceitarem o que já foi inventado, tenho a resposta à afirmação contida no título que escolhi para falar sobre moda.

Que me faz chegar à moda da peúga branca, parte integrante de qualquer pé nos anos 80. Quem nunca usou que dispare a 1ªraquete…

Só de mencionar o facto fico com medo e alguns calafrios. Se acrescentarmos as raquetes uma por cima da outra em cruz, entro em pânico. Afinal também sou influenciada pela moda como qualquer mortal.

Eu e qualquer pessoa que um dia as usou agradecemos que um dia, um espirito criativo e crítico tenha “inventado” a tendência de fugir a esta aberração. E que tenha tido o bom senso de educar os gostos.

Tal como na música podemos educar os ouvidos, ou a alma para a literatura, assim como o pensamento para o intelecto, como por sorte eu fui educada por grandes professores, na moda podemos educar a sensibilidade, o bom senso e o olhar delicado.

E quem é que os educa? E quem determina se temos ou não educação nos gostos?

São as influências do meio que nos rodeia, familiar, de amigos, da escola, que nos molda e transforma. Mas também quem nós trazemos nos genes e que nos faz seres pensantes, críticos, inovadores ou seguidores. De gosto sensível, ou não.
Mas ser em aprendizagem, sempre.

Por isso também, não gosto destas 3 palavras quando se fala de moda: fora-de-moda. Um contra-senso, ou melhor uma contradição.
Quem é que determina o que está in ou out?

As tendências… o meio social: a publicidade, o marketing, as revistas e os senhores que criam as roupas determinam as chamadas tendências.

Tendencialmente vivemos num mundo de tendências. Algumas que vivem e morrem, na moda, à velocidade de um cometa. De uma estação para outra. Mesmo que o clima hoje, não defina mais as estações.

Talvez acompanhadas por decretos saídos de um “brainstorming” que quando é muitas vezes repetido se torna verdade!
E aceite. Mas nem todos vêm o mesmo que todos. Felizmente.

Por outro lado, felizmente alguém de gosto sensível determinou que a tendência da peúga branca devia morrer.

E obteve consenso da larga maioria, tirando o reduto de alguns emplastros irredutíveis nas suas aldeias onde ideias inovadoras não entram. 

A não ser os feirantes do costume, com a mercadoria de refugo que não se vende em mais nenhum armazém.
No mundo global, são números residuais.

Apesar de desprezadas também nos fardos/calamidades em África, ainda há quem as combine com calças de cetim cinzento e um sapato de verniz preto.

Como eu vi e precisei de ficar em posição de lótus, contar lentamente até 50, quase até levitar, para não cair abruptamente da cadeira.

Ou ceder à inquieta tentação de fazer alguma pedagogia sobre o gosto e tentar educá-lo.

Elas andam aí e é preciso cuidar para que um dia sejam extintas como o Tiranossauro Rex, permitindo apenas às sobreviventes, aparecimentos fugazes nas noites caseiras de inverno profundo, debaixo das mantas, para não serem vistas por olhos sensíveis.

Sem qualquer tendência tirana sobre a moda, claro…
A pensar apenas na educação dos gostos…

 Continuo a ser publicada aqui...: http://gosto-de-moda.blogspot.pt/

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