sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Amor é foda que arde sem se ver



Na espuma dos nossos dias,

O amor celebra-se como o Natal. Quando eu quiser. E não na pepineira do dia do comércio dos corações.
Ou como qualquer outra manifestação que nos seja importante no íntimo da alma e não no íntimo do espírito comercial.
Que o amor manifeste a nossa intenção de fé e esperança na união da nossa alma com a de outra pessoa. Cada dia.
Que o santinho do dia nos valha. Em tudo. O que me faz pensar hoje nas leis de Murphy e na teoria do caos através de uma história de amor como exemplo.
Tom saiu de casa para a consulta. Estava atrasada e sentia-se angustiada. Desde manhã que sentia uma estranha impressão. Parecia que tudo ia correr mal. Acordou e bateu com o tornozelo na esquina da cama. Entrou no carro e quando o tentou pôr a trabalhar o carro não se mexeu. Saiu do carro sem saber o que fazer e olhou para o pneu. Furado com um prego. Tom decide que vai de comboio. Chega à estação e ouve o apito da despedida. Resta-lhe esperar.
A lei de Murphy. O que parece que vai correr mal corre pior.
Finalmente sentada na carruagem, à sua frente vai Sam um rapaz com um ar brincalhão e de olhos profundos. Sem que o esperassem e como se conhecessem começam a conversar. Sam conta-lhe que deveria ter ido de boleia com amigos para a faculdade, mas a avó pedira-lhe para levar o cão ao veterinário nessa manhã cedo o que o levara a apanhar o comboio. Conhecem-se, gostam-se e criam a empatia que os iria ligar, necessária ao amor. Sam e Tom acabavam de mudar as suas vidas a partir destas duas leis.
O que é aparentemente uma casualidade com poucas probabilidades de alterar o que quer que seja fez com que se conhecessem e o curso das suas vidas se alterasse.

O comboio corre veloz por entre o temporal. Um pequeno engano invisível acontece, numa curva, o comboio sai dos carris e acontece um acidente.
Sam e Tom contam-se entre as vítimas.
Teoria do caos, ou efeito borboleta que tantas imprevisibilidades trazem para as nossas vidas, alterando-a. Aliada às leis de Murphy.
Se pensarmos no amor como vindo da aliança entre estas leis talvez consiga compreender melhor o puzzle das minhas histórias de amor. Ou dos outros.

Aparentemente como nos diz a matemática, “equações idênticas aparecem em fenómenos caóticos que nada têm a ver uns com os outros” o que pode querer dizer que existe uma ordem bizarra por detrás das situações que parecem improváveis.

A ordem bizarra das coisas ou talvez a ordem certa é que na natureza tudo é perfeito excepto a raça humana.

Se desejares muito uma coisa, cuidado pode-te acontecer e se a temeres, também. Isso é Murphy.
Se estiveres sozinho e num pequeno acidente casual a seta de Cupido vier direita a ti, isso é Caos.
Se der como resultado a química de corpos físicos celebra na mesma antes que a os resultados negativos da lei de Murphy se interponham.
Se apenas te restar o gato ou o cão para cantares a canção do Titanic, bebe a garrafa de vinho que a tua avó te ofereceu, quando casualmente encontrou a garrafeira perdida do teu avô no sótão. Isso também é amor.
Que nos valha o São Valentim pela falta de amor que os políticos nos demostram e que pelas leis de Murphy podemos esperar o pior e na teoria do caos, para lá nos dirigimos. A borboleta bateu asas no Ártico e a tempestade chegou-nos.

Viva o amor que é o elemento que todos precisamos. Todos os dias, em tudo.
Que mesmo com imprevistos e experiências negativas, todos encontrem num abraço os braços que aqueçam o coração, nas palavras de amor o beijo onde as almas se encontram.


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