Na espuma dos nossos dias,
A minha Ítaca, Portugal, país para onde
sempre regresso pós mais
uma aventura é extraordinário.
De paisagens, de gente que me faz sorrir
com o humor, a imaginação, a criatividade e a inteligência em várias áreas e artes.
Rica em produtos como vinhos, gastronomia, turismo,
capacidade de trabalho e ainda força para no final do dia ir beber umas mines e
contar anedotas. Ou lançar um livro. Ou ver uma peça de teatro, ou dançar um
semba, ou ouvir/ver um concerto.
Comunicar é um dos nossos pontos fortes na
análise do método do quadro lógico, o FODA (em castelhano). Que faz de nós o
povo anfitrião e capaz de se encaixar em qualquer lugar. Como um móvel do Ikea.
Foi assim que a minha filha me disse que eu sou. E metade de mim é tuga.
Somos também assim, muito dados a estas
coisas das partilhas. Estabelecemos laços através do facebook.
As minhas tias viúvas e com 73 anos parece
que já têm senhas de espera para os namorados que lá arranjaram, já que o fb é
a tal agência de namoros…
Falando com as minhas tias, disseram-me que
foi através do fb que conheceram Miró e lhe pediram amizade. Miró quando viu os
pedidos de amizade das minhas tias deu um grito, que ficou retratado no quadro do
Van Gogh e fugiu numa mala de cartão de mais um emigrante. Desamigou-se do
país.
Somos estas coisas tão boas e também somos
os seus contrários.
Pequenos, invejosos, ladrões-zecos, nem que
seja de clips e borracha no emprego, sendo que se for no Estado, é pago até
pelo ladrão.
Ou ladrões de Bancos, do Estado, de
Património Nacional, e mais grave, de vidas.
E isso deixa-me de facto, sem saber o que
fazer. Porque gosto muito da minha Ítaca e da minha gente. E do bom que tem.
Alguns dos bons e maus têm de sair, como
eu. Só porque o dinheiro comanda as nossas vidas. Ou antes, deixamos que assim
seja. O dinheiro que nada vale, nem corresponde às reservas de ouro guardadas.
Se calhar por isso estão a acontecer “suicídios”
do mundo da alta finança. À semelhança de filmes que envolvem a dupla De
Niro/Scorsese. Um tsunami que se aproxima…
Agora que no meio desta selva, o meu livro
é editado, que é como uma papaia madura que me cai nas mãos e me dá um sabor
bem doce na acidez dos dias violentos, um amigo fez-me pensar nisto e fazer uma
previsão.
Eu professora Karamba de Bissau, vejo 2014
como o fim de ciclo.
Pelas minhas contas, o Estado Novo começou a
humilhar e a roubar a liberdade e os direitos de 33 até 74.
Estes novos ladrões começaram em 74 e vai
até 2014. Ciclos de 40 anos. Com um povo bem castrado e doutrinado. Para ser ap®aticamente
zen.
O Altântico virá invadir o continente e seremos
apenas os portugueses no mundo, em pequenas comunidades que celebram a memória
da Pátria e o Benfica. E o fado, claro.
Ah e organizam excursões ao altar de Fátima
que vai ficar numa ilha abençoada pós afundanço.
Se acertar, depois de ter empobrecido,
porque vivi à grande e como castigo tudo me foi cortado, os ladrões institucionalizados
passam-me factura, para ver se ganho o carro de alta-cilindrada?
PS, aos que me insultaram julgando que eu
sou uma prostituta a vender o corpo e a chamar aos outros todos prostitutas (os)
-no meu último artigo-, aconselho a ida para um ashram na India aprender a ler e queimarem
incenso para curar as neuroses.
E levem os ladrões e os verdadeiros prostitutos
deste país ou revoltem-se antes contra esses.
Passo recibo verde!
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