domingo, 14 de dezembro de 2014

Buongiorno principessa


Ao ler a sua entrevista, fiquei a pensar em injustiças… Manuel de Oliveira, 106 anos disse que a vida é uma derrota. Que pena! Não consigo entender! A vida é a arte da beleza em movimento, como num filme. Ele que se dedicou a fazer arte, ser agora tão injusto com ela. Ele a quem nunca faltou recursos, nem pão, para fazer arte. Mesmo não conhecendo os seus filmes (para além do Aniki Bóbó), são arte na conquista da infinitude que a vida não oferece.

A vida é bela, diz a experiência de uma vida, que um dia acaba.

Fazer arte é criar. É um exercício de humildade, de imaginação, de loucura, de cor, de estudo, de tempo, de dinheiro para alimentar o cordão umbilical de quem cria, com o mundo. Quantos não deram a vida pela sua arte?

A vida é finita, a arte para sempre fica. Fazer arte é levar a vida sempre fora da zona de conforto exterior onde existe apenas um conforto: o mundo interior ao contrário.

Como quando estamos apaixonados: quando a arte acontece, vira-nos de cabeça para baixo, desafiando-nos a ser um com o todo.

O universo é infinito e abundante, sempre em expansão e completo. A vida o seu contrário. A arte é o fio com as contas do rosário que liga os dois mundos. O cordão umbilical entre a vida humana e o universo que nos rodeia.

A vida é uma partitura musical e os sons que ouvimos são cruéis, trágicos, felizes, dramáticos, intensos, emotivos, sentimentais, vazios, de perda, suaves, leves, finitos e embrulhados em notas de humor.

A vida é bela, nunca uma derrota. Nem mesmo quando ela nos falha e deixa exauridos, com vontade de fazer cair o pano.

A vida é bela, digo eu, no meu filme de vida, com uma longa experiência nela, dela, com ela e para ela.
E diz o filme…

Cuidem-se, amem-se e não deixem de exprimir o que vos diz o coração, como os artistas. Naturalmente façam arte. O meu respeito, admiração e incentivo para os artistas de todas as expressões.

Num dos momentos mais belos do filme "a vida é bela" onde a arte é mestre: vida,morte,humor,beleza,ternura,sacrifício


Sem comentários:

Enviar um comentário