UBUNTU: “Eu sou humano porque eu pertenço, eu participo e compartilho”.
Uma tradição africana sobre quem temos de ser: Ubuntu: “Como é que um de nós poderá ficar feliz se
todos os outros estiverem tristes?"
Somos
porque somos o outro, porque nos contemos no outro. Ubuntu é mais do que uma
palavra, ou filosofia. É a essência de quem somos como grupo. A solidariedade e
a força de um grupo é maior do que a do indivíduo.
As
necessidades da comunidade são maiores que os direitos individuais ou as suas
necessidades. E a responsabilidade de cada um é maior para com a comunidade.
Não apenas aquela a que pertence. Mas ao todo.
O
actual sistema económico que domina as nossas vidas é o verdadeiro déspota.
Porque nos submete, atira para a miséria, reprime, escraviza e limita.
De
caçadores a bárbaros, hoje predadores bárbaros, fomos caçados neste sistema que
como uma praga espalha a sua loucura e nela nos espelhamos sem nos
reconhecermos como loucos. A Educação que nos deveria salvar está também ela
ignorante repressora e cega.
A
voracidade predadora desliga-nos da nossa sensibilidade e da bondade inerente à
natureza humana, trouxe-nos a este desnível incoerente e absurdo entre o
desenvolvimento tecnológico e o subdesenvolvimento ético.
Os
efeitos da globalização, da sociedade viciada pelo consumo, pela
individualização e pela megalomania dos homens gananciosos, tem estado
naturalmente a derrubar a tradição que vem de África, onde todos começámos.
Não
ver e não falar sobre o único sentido da vida em comunidade que é a partilha, a
empatia (os valores que nos deveriam guiar como comunidade e como indivíduos),
é perder a razão de existir da família humana.
No
nosso rectângulo lavado pelo oceano, os lixos estão há demasiado tempo a poluir
as nossas areias. Lixo feito de gente sem vergonha que inventa falsas
inocências, que nada sabe, nada viu, nada fez, onde tudo é obra de ninguém…ou do
Espírito Santo.
No
entanto, enriquecem, vendem-nos em pedaços como se o resto de gente que cá
ficasse, de gente não se tratasse.
Parece
que somos apenas uns mexilhões, prontos a ser comidos com molho de ostras e
Porto Vintage…
Lutamos
individual e colectivamente para duas variáveis: aprender a sobreviver e a ser
felizes. Nessa aprendizagem confrontamo-nos com o nosso maior inimigo: o medo.
-Que
cuecas queres que tenha vestidas dona morte (que a todos trata por igual)
quando me vieres estender a mão?
Até
ao dia que ela me procure, quero apenas ficar refém da simplicidade das
relações intrinsecamente simples que aprendo com a natureza. Dela venho, para
ela vou.
E
de pouco preciso para viver e ser feliz. Como todos. Mas certamente não preciso
nem quero o medo!
Nada
mais temos a perder. E temos um dever para connosco e para com a comunidade. O
de não obedecer à ordem de destruição que nos impõe!
Temos
de ter outra maneira de ser.
Para
não sermos varridos por uma onda. Como um todo.
Porque
temos um presente neste Natal completamente envenenado. Não temos futuro.
A começar por:
"revelião"!
A minha casa está à disposição!
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