sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Espírito de Dezembro...

E este espírito que consome Dezembro enquanto a guerra que avança e transforma a Humanidade em neve de Janeiro...?
De que me serve saber fechar os olhos a beijar se não os souber fechar para sonhar? De que me serve viver sem ter a mesma altura dos sonhos que me visitaram o sono?
De que me serve meditar se não souber estar na minha companhia, em silêncio para me ouvir? De que me serve reciclar se não souber parar de consumir? De que me serve ter cultura e saber falar se não souber ouvir o outro e não me sentar nos seus sapatos para o entender? De que me serve ser inteligente se me rodear de violência e manipulação? De que me serve pedir paz, se ofereço e partilho raiva, sangue e preconceitos? De que me serve pedir transparência se for apenas opacidade e me esconder atrás de truques de ilusionista? De que me serve pensar em coerência, se as minhas acções não reflectirem o que sinto e como penso?
De que me serve o espírito de natal se não tiver um livro com estrelas, que me receba num refúgio, num coração, longe da falsidade e da falta de empatia?
De que me servem os olhos se não sei ver para além de mim próprio? De que me serve a capacidade de ouvir se nunca paro para escutar?
Experimentemos este momento- de frio e guerras no hemisfério Norte, de fome e escravatura no hemisfério sul, porque somos um com o mundo- e vestirmos todas as saias do mundo, calçarmos todos os sapatos do mundo e conhecermos quem é cada um, vestindo e calçando as suas vestes e sapatos, sem exclusões nem que seja dos que estão ao nosso lado?
Dancemos juntos uma coreografia de roupas e sapatos autênticos. Nem que seja enquanto um boneco de neve se derrete numa brincadeira de Dezembro no hemisfério Norte, ou um pilão faz farinha de milho para o jantar de uma família em Janeiro no hemisfério Sul.
A OMS informa que faz mal à saúde massacrar com a tradição do Natal dos bonzinhos vestidos de seda em Dezembro e palha d´aço em Janeiro (serve para a política e qualquer outro relacionamento entre humanos).

Se eu fosse miss diria que gostaria de ter a paz no mundo mas como já não acredito no Pai Natal nem em misses, o melhor presente pode ser mesmo mais tolerância. Caso falhe, ofereçam outra vez meias de lã...


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