Para um
dia qualquer, porque cada dia é dia de cada mulher se amar,
Porque
cada dia é dia para homens amarem as mulheres
A
tradição não pode continuar a ser feita de véus
que
cobrem a falta de amor,
a falta
de iguais oportunidades, de direitos.
Direito
de sermos árvores com os labirintos intrincados de ramos, folhas, raízes e
cascas.
E
liberdade de nos fixarmos no lugar onde brota a nossa essência: amor contrário
a opressão.
Mulher e
amor: um trabalho.
Para o
qual não nos candidatámos, não procurámos, não fomos contratados.
Estamos
vestidas dessa vida e a ela nos entregamos.
Temos o
direito de a viver sem medo de ser mulher. Temos a obrigação de cumprir a vida em
liberdade.
Temos o
direito de nos sentirmos felizes na casca com que nascemos.
Temos que
ensinar os nossos filhos homens que a única tradição que devem cumprir, envolve
o trabalho de se unirem no amor pelas mulheres.
Temos que
ensinar as nossas filhas que a única tradição que devem cumprir envolve o
trabalho do amor por quem somos.
Temos que
ensinar as nossas filhas que não nascemos para dar felicidade a nenhum homem. Somos
a felicidade para toda a humanidade.
Temos que
ensinar as nossas filhas que não nascemos para ser exclusivamente objecto de
prazer de nenhuma sociedade, grupo, ou indivíduo. Somos a sociedade. Somos o
grupo. Somos indivíduo.
Temos que
ensinar que o nosso papel não é de competirmos entre nós mulheres e com os
homens, por um trabalho, dinheiro, um lugar de relevo, ou até um amor.
Mulher é
amor. É ser nutriente,
É ser sangue
fluído,
É ser murmúrio
da terra,
É ser cascata
de água,
É ser sussurro
do vento,
É ser a asa
de uma folha,
É ser
canto de rouxinol,
É ser luz
de narcisos,
É ser brilho
de rosa.
É ser una
e indivisível
É ser a
árvore que alberga todos os ramos.
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