São os loucos os
únicos optimistas, porque se recusam a embarcar na loucura dos que se acham
sãos. Não consigo ser parecida com normal por mais de 2 minutos. Depois canso-me.
Ler noticias sobre
a fome em Portugal, ouvir o absurdo comedor de bolo-rei, às manobras de
guerrilha que vêm dos Palop, aos yes we can´t (anymore) do lado de lá do Atlântico,
esgota-se-me a criatividade para reflectir.
Como um título de
um livro de Mia Couto, este também é o “país do queixa-andar”. Só.
Só o Jerónimo
gritou igual ao Geronimo apache: “não ter medo de levar porrada”. Parece-me que
já só falta aquela física.
Por ser louca e
optimista é que me acoberto também com lirismos e utopias. Daqui vem-me o calor
e a felicidade com que todos os dias aconchego a minha alma e alimento o meu
caminho.
Para me libertar
de bactérias ou virús que me infectam, por olhar os rostos obscuros, poeirentos,
chuvosos, e invernosos dos que causaram e causam, a fome que acontece com o meu
vizinho, a minha amiga, o desconhecido do prédio ao lado, do viajante no barco que
liga uma margem a outra, de um rio de face menos poluída, do que os habitantes
do terreiro com um paço formado por arcos.
Dizem que quanto
maior a luz mais atrai as trevas. Porque estas últimas precisam de se
alimentar.
Não seria louca o
suficiente se não deixasse o pedido de retribuição do amor deles, com o
universo, quem sabe a uma civilização na via láctea, bem mais avançada que nós:
Liguem os vossos
holofotes em modo turbo. Que a luz os atraia e sugue.
Sem comentários:
Enviar um comentário