Do que eu tenho mesmo medo é de me confrontar com o potencial cenário no livro
1984 de George Orwell. Porque não fomos capazes de pensar e, por falta de
força anímica. Que vem da alma. Que nos faz ser Portugaldo, quando queremos.
Uma espécie de “força incrível” que a jovem heroína Malala tem e, uma das
razões porque lhe foi recentemente atribuído o prémio Sakharov. Também pela “liberdade
de pensamento”, na defesa das mulheres à educação no seu país Paquistão.
Do que eu tenho mesmo medo, é que em Portugal que tem por exemplo a sua
educação em estado de xeque-mate, não surjam Malalas em defesa dos direitos
humanos. Ou na Europa da União.
Que está ameaçada sobretudo quando Merkel recebe o prémio Indira Ghandi
para a Paz, pela “liderança exemplar da Europa e do mundo durante a crise
financeira”. Aqui se levanta a minha estupidez e inquietação. Ai sim? A mãe da
ministra das finanças portuguesa é o melhor que se consegue arranjar para este
prémio?
Vou lamber as minhas feridas e esperar, ó esperança vil, que os que
acreditam em milagres sejam com eles abençoados e eu, por reflexo. Mas não me
conformo nem desisto de desobedecer e marchar contra canhões se preciso for.
Porque não estamos em paz, não vivemos tranquilos nem sem inquietações. Que
vão das mais básicas às mais profundas e filosóficas.
Os nossos algozes de hoje são estes “ícones” como Merkel, Obama, Barroso, Schaubl,
Van Rompuy, Rumsfeld, e os Passos, Silva, Crato, e tantos outros, comprados
pelas corporações e pelo dinheiro.
Ou comprados pelos et´s. Tanto faz, não vejo diferenças.
Mas do que mais tenho medo é que um dia, alguém como Hanna Arendt venha
escrever sobre um dos nossos algozes de hoje. E mostre a brutalidade da
banalização do mal. E a utilização destes seres medíocres para o gerar.
Patrocinando a tortura por seres simples e educados, sobre outros.
E que através destes, consigam impor regimes totalitários usando as
tecnologias ao seu dispor e as roupas de marca para construir uma imagem
agradável.
Em Israel depois de todo o sofrimento do Holocausto e todo o mal associado,
não são precisas saudações de braço esticado, ou outros símbolos para se
praticar o mesmo mal que se praticou na 2ªGM, por pessoas banais, em nome da
segurança do Estado. Congratulo-me pelo gesto do nosso CR7, ao não trocar de
camisola no final do jogo com os israelitas, chamando-lhes assassinos.
Do que eu tenho medo é que a hipnose colectiva não tenha antídotos ou
cliques de dedos para fazer sair do estado catatónico.
Tenho medo que por não acordarmos, estes seres portadores de profundas patologias
mentais sejam capazes de ter sucesso.
“O que deve
assustar no totalitarismo, no fanatismo ideológico, não é o torturador doentio,
é como pessoas normais são puxadas para dentro de uma dinâmica social
patológica, vendo-a como um caminho normal, S.Haffner”.
É
disso que eu tenho medo.
Estamos
sob o feitiço da rainha madrasta. Todos em xeque. Para fazer mate a este
sistema, precisamos despertar, mesmo sem o beijo de um príncipe.
E
agora que até já estamos com mais força anímica(não, não saímos da crise),
saída da oportunidade de fazer um sambô de bola, arranquemos o fígado dos
males. Antes do Verão.
Porque o big
brother is not just watching you he is fucking you…
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