Na espuma dos nossos dias,
Desculpem se faz favor por ser tão
chatinha e maçar-vos, mas soube que uma jovem italiana de 20 anos, imitou uma
jovem lusa e beijou o capacete de um carabinieri numa manifestação em Turim,
tendo sido acusada de “violência sexual e insulto a um oficial público”. Oi?
Cosa?
Bem, vou ali a correr ao Vaticano
benzer-me e pedir ao Francisco que acenda uma velinha por nós. Para exorcizar
fantasmas.
Sim, em Itália estão a acontecer
manifestações feias e más.
Porcos são apenas os que estão a
transformar esta Europa que ninguém quer, debaixo de uma bota alemã, num enorme
campo onde se concentram escravos, pobres, refugiados, emigrantes e imigrantes,
gente que já perdeu quasi tutto.
Em Itália não estão sentados como nós a
pensar “lascia perdere”. Estão sim a dizer que não se podem perder os últimos
resquícios de dignidade e a lutar como fez a Resistência quando viu a sua
França ocupada há 70 anos.
Avançámos muito e hoje não percebo, nem
ninguém percebe porque teremos de derramar sangue e voltar a 1939 ou a 1914.
Não faz sentido inverter a marcha no
caminho que já trilhámos.
Por isso jovens e velhos beijam capacetes
e oferecem flores a carabinieris.
E acabam acusadas de assédio sexual…
Qualquer dia, como diria o Diácono
Remédios, alguém numa manifestação solta um pum ao subir a escadaria da
Assembleia e vai ser acusado de largar gases venenosos. Não havia necessidade
zzz.
Só líderes fracos têm tanto medo das
pessoas que oferecem flores e beijos fazendo acusações deste calibre, ou
comprando “la vie en rose” para chefes de polícia que se demitem.
É precisamente aqui que vislumbro uma réstia
de luz.
No medo deles.
Como esta presunção de mandar no mundo é
nada mais nada menos que presunção de egos cegos e megalómanos, vai fracassar
mais uma vez, como falhou Julius Cesare, Gengis Khan, Stalin, Hitler…
Talvez esta presunção venha de um problema
de índole sexual, da volúpia do poder. Da incapacidade de atingir orgasmos sem
dar uma chicotada. Ou da simples falta de sexo. Nem sei nem quero saber.
Mas a luz que vislumbro é a de que o medo
deles pode servir para o exorcismo dos nossos fantasmas.
Continuemos pois à maneira italiana, lusa,
espanhola, grega, islandesa ou dos exemplos que se juntarem, a grandolar e a
beijar capacetes que tanto quanto sei ainda não têm órgãos sexuais. Antes que
11 em cada 10 portugueses não tenha o que comer.
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