quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Exorcismo de fantasmas



Na espuma dos nossos dias,

Desculpem se faz favor por ser tão chatinha e maçar-vos, mas soube que uma jovem italiana de 20 anos, imitou uma jovem lusa e beijou o capacete de um carabinieri numa manifestação em Turim, tendo sido acusada de “violência sexual e insulto a um oficial público”. Oi? Cosa?

Bem, vou ali a correr ao Vaticano benzer-me e pedir ao Francisco que acenda uma velinha por nós. Para exorcizar fantasmas.

Sim, em Itália estão a acontecer manifestações feias e más.
Porcos são apenas os que estão a transformar esta Europa que ninguém quer, debaixo de uma bota alemã, num enorme campo onde se concentram escravos, pobres, refugiados, emigrantes e imigrantes, gente que já perdeu quasi tutto.
Em Itália não estão sentados como nós a pensar “lascia perdere”. Estão sim a dizer que não se podem perder os últimos resquícios de dignidade e a lutar como fez a Resistência quando viu a sua França ocupada há 70 anos.

Avançámos muito e hoje não percebo, nem ninguém percebe porque teremos de derramar sangue e voltar a 1939 ou a 1914.
Não faz sentido inverter a marcha no caminho que já trilhámos.
Por isso jovens e velhos beijam capacetes e oferecem flores a carabinieris.
E acabam acusadas de assédio sexual…

Qualquer dia, como diria o Diácono Remédios, alguém numa manifestação solta um pum ao subir a escadaria da Assembleia e vai ser acusado de largar gases venenosos. Não havia necessidade zzz.

Só líderes fracos têm tanto medo das pessoas que oferecem flores e beijos fazendo acusações deste calibre, ou comprando “la vie en rose” para chefes de polícia que se demitem.
É precisamente aqui que vislumbro uma réstia de luz.
No medo deles.

Como esta presunção de mandar no mundo é nada mais nada menos que presunção de egos cegos e megalómanos, vai fracassar mais uma vez, como falhou Julius Cesare, Gengis Khan, Stalin, Hitler…

Talvez esta presunção venha de um problema de índole sexual, da volúpia do poder. Da incapacidade de atingir orgasmos sem dar uma chicotada. Ou da simples falta de sexo. Nem sei nem quero saber.

Mas a luz que vislumbro é a de que o medo deles pode servir para o exorcismo dos nossos fantasmas.

Continuemos pois à maneira italiana, lusa, espanhola, grega, islandesa ou dos exemplos que se juntarem, a grandolar e a beijar capacetes que tanto quanto sei ainda não têm órgãos sexuais. Antes que 11 em cada 10 portugueses não tenha o que comer.

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