Na espuma dos nossos dias,
Parabéns criminosos que des-governam este rectângulo e este globo mal
frequentado.
Estão a ter sucesso na perpetuação do crime. Como diria Poirot, basta usar
as células cinzentas para perceber o grau de sucesso. Mas também com muitas
pedras na engrenagem.
Disseram que estamos no bom caminho, que a recuperação está aí para todos
vermos, e, só não vê quem é cego. Ou marado dos cornos, como eu.
Aparentemente acreditamos e vamos todos para os centros comerciais celebrar
o pai natal da coca-cola e carregar as putas das renas de i.podes e i.pades e
playstations com valores mínimos de €200.
Entrei em estado catatónico com o que vi. Lojas cheias de gente a comprar. Afinal
vivo num país em franco desenvolvimento e nem sabia.
Mas temos cada vez mais gente a suicidar-se por falta de dinheiro para as
responsabilidades básicas, cada vez mais pobres, sem abrigo, fome, sem trabalho,
sem dignidade, pedidos de solidariedade para os mais carenciados…
Confesso aqui, não entendo nada de nada deste paradoxo.
Eu e 120 mil marados emigrámos uns porque são jovens e não encontram
trabalho, nem podem ser empreendedores porque depois não há compradores com
poder para comprar, outros são velhos para trabalhar, mas novos demais para se
reformarem.
Devemos ser muito estúpidos ao não percebermos que o país está cheio de
oportunidades e aqueles que andam a pagar acima das possibilidades, ou sem
trabalho nem recursos, são apenas pessimistas e claro, uns chatos.
Todos sabemos o drama que é ser emigrante, para quem parte e para quem
fica. Sobretudo quando até se gosta de cá estar e se quer cá ficar, mas não
pode. Sabemos o drama que é ser português. Vivemo-lo na pele.
Todos sabemos para onde devemos olhar quando falamos das razões do drama
que vivemos, da crise, da austeridade forçada. Nem precisamos do Poirot para
ajudar a ver.
Um grupo de mafiosos que pratica a usura comanda a operação criminosa.
Gente não é certamente.
Há milhões a mais, que não produzem nem são necessários. Excedentes sem a
menor utilidade. Logo só servem para ser sugados e aniquilados. Em favor dos
gananciosos.
Um crime foi planeado e está em execução com sucesso. A alienação é quase completa
e comprova-o o bendito Natal e o consumo desenfreado.
Será medo de morrerem na manhã seguinte ao Natal de gases vindos da
fartura? Ou das fatias douradas e dos sonhos amachucados? Ou de explosão da
abóbora que se fartou de esperar a meia-noite do dia da recuperação económica?
O ano de 2013 tem sido macabro. Perdemos a liberdade, a paz e a
prosperidade e a luz que se vê é a do Estado forte com a censura, o controlo, a
intrusão e a violência em diversos níveis.
Mas, aqui reside perversidade do meu espírito. Acreditar nas pessoas que
não têm nada de loucas nem de inconscientes.
Quanto mais apertam, mais razões tenho para prever que a tendência tem de
ser para ter optimismo.
Felizmente há núcleos de denunciantes que se levantam e pensam como
colectivo.
Como sociedade que tem recursos para ser livre, inter-dependente e viver em
paz. Que massivamente destroem a informação controlada e disseminam informação independente.
Sobre como combater o holocausto.
Uns poucos insanos e psicologicamente destruturados quem controlar muitos e
não conseguem, essa é a realidade que também vejo.
Prevejo que mesmo neste país com muitos bimbos amorfos à procura de bimbys,
também há razões para prever o derrube da insanidade já em 2014.
Quanto mais conhecermos e pressionarmos, mesmo sendo poucos, menos
oportunidades os loucos têm de nos controlar.
Sabemos quem são os nossos inimigos, quão predadores eles são e como actuam
na esfera económica, social, da saúde, da alimentação, da política, da justiça,
da educação. Isso dá-nos uma arma. O do conhecimento.
Que ninguém acredite que não tem poder para afectar as mudanças e as
transformações boas e más.
Com as más podemos ficar enrolados no medo, na apatia, no sentido de
derrota.
Com as boas tecemos o futuro. Com paciência, como diz José Mujica, um homem
que admiro e está ao serviço da humanidade a fazer mudanças com muita sabedoria.
Que ninguém duvide dos pequenos sinais de victórias que vêm dos pequenos grandes
núcleos de “subversivos” incansáveis na defesa dos direitos da Humanidade.
Em Portugal e por todo o mundo.
Temos os recursos nas nossas mãos para alcançar grandes mudanças.
Não importa que sejam pequenos sinais mas são as bases da casa que quero
habitar ou deixar como semente.
Como fui picada por muitos mosquitos, estes afectaram-me os circuitos e daí
a acreditar nas tendências de mudanças positivas, não sob a forma de “wishful
thinking”,mas antes com os sinais evidentes que a vida me mostra, é apenas um
pequeno passo.
É obrigatório sermos melhores e mais conscientes. Para confirmar a minha
previsão.
Saúde e liberdade para 2014.
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