"Eu
tenho muitos irmãos e nem os consigo contar, e uma irmã muito formosa que se
chama liberdade".
Um momento
sem guião, sem rede, improvisado.
Planeado com
amor mas sem ensaio. Do rascunho fez-se apresentação. De um livro. Numa viagem
belíssima. De entrega e partilha.
Que vou
guardar para o resto da minha vida, como um dos dias mais felizes que faz de
mim uma pessoa mais rica. Por ter recebido a vossa energia de amor. Dos meus
artistas e dos meus convidados amigos.
No amor o
coração é o orgão que gera essa energia. E bastou-me deixá-lo falar quando
aconteceu o momento. Espero ter estado à altura de vos merecer.
Fui
importada para dentro de vocês, tenho a certeza, e, por isso sinto-me
importante.Daí vem esta palavra.
Podemos ter
vidas curtas porém temos a obrigação de não a tornarmos pequenas.
A cultura,
as várias artes:literatura, musica, poesia, dança, canto, peças de bijouteria e
a arte de fazer rir estiveram representadas. As artes estão vivas e de boa
saúde. Vindas de mãos,mentes e corações maravilhosos. Estão nas melhores mãos.
De gente de talento.
Quando eu
não puder mais escrever...ficam as minhas letras
deixo um
pedido final...não deixem as letras morrer...
Com a enorme
cortesia do Hotel Real Palácio a tribo foi recebida com um cocktail com
“peaners”.
A viagem
abriu com as palavras do meu irmão Réne num texto delicioso convidando os
passageiros/convidados a entrar no longo curso que foi a apresentação. Ele sabe
usar as palavras e comunicar. Ficámos logo cedo com o cinto apertado. Os
"peaners" estavam servidos. Adorei
“(crew
on deck doors closed)
Amigos,
A Comandante Simões Ferreira e a
sua tripulação dão-lhes as Boas Vindas.
Esta nossa viagem terá
aproximadamente a duração de uma hora, e qualquer semelhança com a apresentação
de um livro, será pura coincidência.
Pedimos que desliguem ou
silenciem os vossos telemóveis, não apenas para não perturbar a apresentação,
mas também para nos poupar às Rhiannas, às Ladies Gagas e a outros toques de
gosto duvidoso.
Não será permitido fumar, mas se
tiverem por aí umas ceninhas para rir, falamos no fim... lá fora.
Durante a viagem, não vale a pena
chamarem pela hospedeira que é surda e apenas uma, porque isto é um voo
low-cost e não havia dinheiro para mais contratações.
Este espaço tem apenas uma saída
pela retaguarda, exactamente aquela por onde entraram.
Definitivamente, e em caso de
despressurização, não vão cair máscaras sobre as vossas cabeças porque estamos
nisto de cara lavada.
Também recusamos o uso de coletes
de salvação por muito divina e redentora que o Francisco no-la faça crer.
Durante a viagem, não será
servida qualquer refeição porque detestamos o barulho de mastigar de boca
aberta e porque, como diria o Jota das madeixas, isto para nós é ... “PEANERS”.
O destino... é aquele que cada um
traçar para si próprio e as escalas são muitas, num esforço colectivo desta
tribo, para tornar colorida a viagem...
Não distribuiremos mantas nem
almofadinhas, porque queremos tê-los atentos do princípio ao fim da viagem e
não queremos assistir àquele momento constrangedor de vos ver meter a manta na
mochila à “sucapa” da tripulação.
Desejamos que façam uma boa
viagem e esperamos voltar a vê-los em breve nas nossas linhas aéreas.”
Um must.
Adorei.
A minha Tê,
mãe da minha neta Alice, presente e estoicamente andando de mão em mão com
apenas 2 meses, ofereceu-me as peças de arte que usei no pé e ao pescoço. É
preciso ser uma brilhante artista para conceber aquelas peças. Gabadas a todo o
momento. Eu, adorei servir de modelo!
A arte da
minha querida Patricia abriu as lágrimas do voo. De tantos nos rirmos. A contar
momentos reais recheados de humor vindos de uma açoreana maravilhosa que tem um
talento ainda por lançar. Não é possível descrever, só vendo e ouvindo. “Cada
vez que ela (eu) parte em mais uma viagem mando as minhas tias acenderem todas
as velinhas de S.Miguel”. Adorei.
O meu filho
Guilherme em substituição do meu filho Francisco que partilho com a minha amiga
Isabel, apanhado de surpresa, disse maravilhosamente Ítaca, o poema sobre a
viagem de Ulisses de Homero, poema esse que me foi oferecido num dos meus
regressos à minha Ítaca, esta terra de pouca terra e pouca gente mas com muito
talento. Adorei
A minha
querida Anoka encheu o palco com a arte da dança oriental num momento de beleza
rara, refinada e suave, com uma expressão musical através do corpo como só ela
transmite. Adorei.
Os meus
filhos Guilherme e Robalo numa surpresa teatral representaram o lançamento de
um livro, literalmente. Sem ensaios,improvisado e cheio de humor e simbologia.
Como só 2 actores talentosos e ricos em emoções conseguem transmitir. Adorei.
O meu
querido escritor e actor Rui Calisto, falou e disse. Que eu sou irmã dele! Isso
basta-me. É um homem que sabe comunicar por palavras o que lhe vai na alma e eu
agradeço por isso. Adorei.
A minha
sobrinha Yara e a minha prima Marta cantaram “não deixe o samba morrer” com o
desafio das minhas palavras sobre mudar a palavra “samba” para “palavras”. A
Yara tem uma voz doce,melódica, potente. Pertencerá brevemente aos talentos
grandes da música. A Marta dedicou-me palavras de amor e cantou. As duas
encantaram. Adorei.
O meu filho
Pedro levou um piano (uma surpresa maravilhosa) e o meu amigo Eduardo Jordão
mesmo doente, foi tocar acompanhado do Gui no pandeiro. Cantou “Sara” do álbum
que está prestes a lançar.Atentem no nome.Ele é brilhante,maravilhoso e um
imenso talento.Adorei.
Os Le Chat
Pingad (Miguel,Tiago,Pedro e Gui) tocaram 2 temas lindos.Fecharam com “all of
me” um clássico e toda a gente se envolveu no abraço da música e dos talentos
destes jovens músicos. São muito bons, cada vez aprecio mais as suas
qualidades. Adorei.
Os meus
filhos Vanda, João Pedro,Lourenço,Diana,Gui,Tê e a actriz Isabel Martins foram
convidados a ler excertos do meu livro. Não aconteceu porque chegámos ao
destino.
Do livro
falei eu, um pouco só. Como ali cheguei e como fui influenciada pelas artes
desde tenra idade pelos meus avós, grandes na sua imensa cultura e talentos.
Semearem e deu frutos.
Na
influência que recebi dos meus pais, da família de sangue e dos amigos. Agradeci
e agradeço hoje mais tranquila,sem os nervos próprios de quem não sabia o que
ia acontecer nem como, sem mapa nem gps. Agradeço o quanto todos me são caros e
preciosos. E importantes, porque os importei a todos para dentro do meu
coração. Aos que estavam e os que não estavam mas sei que estavam.Tentei não me
esquecer de ninguém,mas provavelmente isso aconteceu e peço desculpa.
Os meus
traços são as minhas visões e aventuras por esse mundo fora, que espero que vos
divirtam e aligeirem o espírito.
Às minhas
várias tribos de Santo André/Tróia/Santiago do Cacém, Lisboa, Algarve, Porto,
Coimbra, Aveiro, espalhados pela restante Europa, África, Ásia,Brasil,América
Latina e Austrália, reunidas numa única tribo, obrigada.
Aos meus
muitos irmãos que não consigo contar e, uma irmã muito poderosa que se chama
Liberdade. Que um dia vai chegar.
As
manifestações de artes estão de parabéns através dos talentosos artistas que
ontem partilharam traços de quem são. Por mim. Sem esta gente linda a jam não
tinha acontecido assim desta forma: perfeita.
Pelas
manifestações de carinho que me vão chegando, foram um sucesso. Todos recebem
paletes de elogios. Merecidos. O lançamento foi por isso um sucesso. O livro
foi apanhado e começa a ter também, elogios. E eu fico assim, desmilinguida. Por tudo e por todos.
Um profundo
agradecimento a quem esteve e a quem esteve mesmo não estando.
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