Pan= todos
Dora = presente
Era uma vez um pequeno conto:
Um conto sobre ti que me estás a ler. A tua história. Que é também a
minha. Inspirada por alguém. Que é como eu e tu.
Um dia vivias num pedaço de um mundo aquático e nada sabias sobre o que se
passava cá fora. Davas umas cambalhotas e o jogo era bem divertido.
Uau, aquela água quente à volta e uma vida de brincadeira e pinotes. Afinal
isto é que é viver, pensavas.
Com o tempo, que nem sabias o que era e para que servia, mexias-te conforme
podias e tentavas esticar as pernas. Mas cada vez mais o espaço ia ficando
reduzido.
Intuitivamente ficavas mais sossegado e aguardavas por qualquer coisa que
sabias que ia ser especial. Um dia irias saber.
Diariamente ias estando mais atento e percebias que algo se passava fora do
terreno, onde já te tinhas habituado a viver.
Ouvias bem os sons, sentias vibrações e mantinhas-te mais e mais atento. Agora
que não podias estar tão distraído com brincadeiras. Estavas dentro de uma
casca apertada e a tua imaginação espicaçava-te. Querias ser livre.
Cada vez tinhas mais curiosidade. E algo te dizia que ali fora podia ser
bem divertido. Querias conhecer para além do teu mundo pequeno, sereno,
aconchegado e acolhedor. Não sabias que essa é a tua natureza. Quereres
conhecer mais para além do que vias, ouvias e sentias na tua proximidade. Mas
essa é a tua verdadeira natureza. Fazeres parte de um todo, indissociável da
busca do conhecimento e do prazer. E com o amor universal como fim último.
Um dia decidiste que era a hora, sentias-te forte e mesmo sem razão
aparente, fizeste a tua primeira escolha. Sair para ver para além do que já
conhecias.
Integraste-te no novo mundo. Foste fazendo inúmeras escolhas.
Como um astronauta em expedição noutro espaço, a realizar um experiência, trazias
vestido um fato, o teu corpo físico e com ele um centro de comando. A tua
intuição.
Mas tal como o astronauta és conduzido por outro centro de comando.
Os teus pais, a tua família, os teus amigos, o sistema de educação, o teu
trabalho, os teus governantes, as tuas religiões. Todos te iam condicionando. Todos
te dizem que um mais um são três.
Não sabias o que mais havia. Todos te diziam quem ser, como ser, o que
fazer.
Alguns de nós conseguiram ter e receber outras visões e mais cedo ou mais tarde, simplesmente...são quem querem ser.
Como o astronauta, vais recebendo instruções do centro de comando fora de
ti, fora do teu fato, para o que deves fazer, ver e ouvir no momento seguinte.
De repente encontras-te com uma manada de vacas no pastoreio. Aparece uma
vaca a dizer-te que um dia chega um veículo que te transporta a um local,
vai-te pendurar num gancho, rasgar-te as entranhas, cortar-te em pedaços. E que
virão outros seres, compram-te para te comerem.
Tu não vais acreditar. É demasiado absurdo. E ficas no teu pastoreio. Até
que esse dia chega. Porque assim escolheste ficar. A pastar, sem nada pensares.
Tinhas perdido a ligação com o teu único e verdadeiro centro de comando. Com o
teu desejo de seres livre. E conheceres para além dos teus pastos.
Passam muitos anos de um calendário inventado por uns da tua raça que te
controlam e manipulam. Sem qualquer relação com a tua natureza. Um dia partes,
como viste outros partirem. Deixam o fato de astronauta. Mas não sabes para
onde foram. O que será que há para lá de nós?
Esta é a tua história e a minha, e de outro qualquer como nós.
Desejo que um dia, desligues a ligação com o falso centro de comando e te
religues a quem és. Uma consciência universal, comandada pela tua alma e pela
tua intuição.
Aquela que te indicou que deverias vir fazer uma experiência, deveras
transcendente no mundo físico.
De evolução. De sair do ventre materno e conhecer mais além.
Abre agora da tua caixa, deixa sair o seu conteúdo negativo, e, com ele,
também a esperança, o último item remanescente e com ela, faz-te renascer e
recriar.
Com a mesma esperança, nascida da intuição, com que um dia decidiste, que
aquele pequeno mundo onde passaste tanto tempo era insuficiente para te
conheceres.
E aos outros. Se o fizeres, o centro de comando e o poder, passam para as
tuas mãos.
A caixa de Pandora só pode trazer os males do mundo, se neles acreditares e
te deixares comandar. Se não quiseres ser dono do conhecimento.
Daquele que vem
do único centro de comando desde que nasces. E através dele deixares-te inundar num lago de amor e liberdade.
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