Epílogo – Sonhadores de sonhos
(Anaïs Nin: “And the day came when the risk to remain tight in a bud was more painful than the risk it took to blossom”)
https://www.youtube.com/watch?v=oWYKTiqPvYA
(Anaïs Nin: “And the day came when the risk to remain tight in a bud was more painful than the risk it took to blossom”)
https://www.youtube.com/watch?v=oWYKTiqPvYA
Podemos começar hoje a construir uma história colectiva. Através de cada uma
das histórias individuais. Ou do que imaginamos que queremos ser.
Para não corrermos o risco expresso por Anais Nin.
Inspirada por vários mentores da Educação, sobre os quais tenho escrito,
foi Ken Robinson que me fez despertar para a ideia que andava a germinar na
minha imaginação.
Recentemente escrevi um texto onde falava sobre o milagre da vida. O
espermatozóide mais esperto e mais rápido deu origem a ti e a mim. Vamos
celebrar e fazer uma história juntos.
Cada existência é um puzzle único, completo e inseparável. Um prólogo. Quero
compor o epílogo do puzzle em conjunto.
Descartes disse “penso logo existo”. Eu, do signo de caranguejo, segundo os
astrólogos, sou “sinto logo existo”.
Mas aparentemente somos todos assim em todos os signos astrológicos.
Segundo Ken Robinson, o nosso sistema educativo trata-nos como “fast food”,
iguais, indistintos, padronizados, separados,
ao invés de nos levar a estar no guia Michelin, autênticos, únicos,
diferentes, inteiros e interligados. O único ao qual deveríamos chamar sistema educativo.
Somos colocados nesta cadeia linear de ocorrências e acontecimentos, catalogados
como indiferenciados, igual para todos e mecanicista.
Com esta cadeia perdemos o sentido de milagre único com que nascemos.
O sentido das nossas vidas são os nossos dons e capacidades.
As infinitas potencialidades que o nosso coração e a nossa cabeça encerram,
no corpo que nos traz a este mundo para as realizarmos.
Muitas crianças, adolescentes e até adultos são diagnosticados com ADD ou
até bipolaridade (as novas epidemias inventadas pela medicina actual), quando
na maior parte dos casos, algumas são fruto de falta de educação parental,
muito comum, e/ou falta de atenção dos pais, famílias e sobretudo falta de
estrelas num sistema educativo fast food.
Onde empatia e conexão como elos de ligação entre todos estão descarnados e
desligados.
Como parece que nós individualmente estamos desligados, na nossa íntima
relação entre cabeça, coração e intuição.
Precisamos de um sistema educativo que nos descubra, os dons e as múltiplas potencialidades
que cada vida única encerra. Que as valorize, exponha e dê liberdade.
Talentos que tão-somente nos distinguem de todas as outras espécies e de entre a
espécie humana.
“A escola está a matar a criatividade” segundo K.Robinson com quem concordo
sem hesitação.
Mataria a criatividade do meu filho se o tivesse permitido. Ter-lhe-ia dado
medicação para o adormecer, porque demasiado irrequieto e perturbador, como
quando foi “diagnosticado” com ADD.
O meu interesse em educação vem desde essa altura. Quando este filho
começou a parecer-me diferente. Não o era, e hoje sei-o.
Diferentes todos o somos.
E, se não nos for oferecida a escada para a liberdade das
nossas infinitas possibilidades, dons, talentos, intuição, emoções e libertação
da criatividade, podemos apenas esperar ser prisioneiros.
Na nossa própria cabeça, no nosso próprio coração. E em última instância no
nosso próprio corpo.
Ken Robinson pergunta, “como é que és criativo?”. É esta a pergunta que eu
faço também, para escrever a nossa história conjunta.
“Escolhe um trabalho que ames e não trabalharás um único dia da tua vida”. Confúcio.
Esta é a síntese do que é fazer aquilo em que se é criativo, respeitando os
dons com que se nasce, colocando amor e empenho na tarefa. Para sermos quem viemos ser.
Sejamos então amantes dos nossos talentos e dons. Ou pelo menos ouçamos o
que nos diz a nossa inteligência emocional, a nossa intuição, a nossa
imaginação, o nosso conhecimento de nós próprios.
Torne-mo-nos sonhadores de sonhos e demos a estrela Michelin da vida às
nossas vidas.
Emprestem-me as vossas histórias respondendo à questão: “como é que és criativo”,
nem que seja na imaginação, para começar um olhar sobre um sistema educativo amanhã.
Feito por todos nós. Mesmo que o amanhã nos seja hoje tão estranho e distante. E não saibamos onde o encaixar nas nossas vidas.
Neste momento de “re-evolução” que atravessamos estamos ou não preparados
para nos surpreendermos? Queremos ou não?
É esta a minha única pretensão. Escrever com um novo olhar. Sobre educação. Com base na nossa criatividade. Em quem verdadeiramente somos.
Eu sou amadora da escrita e da dança. E tu?
Eu sou amadora da escrita e da dança. E tu?
Para este meu trabalho, escrevam-me para o meu e.mail: anabelasimoesferreira@gmail.com
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