quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

À minha Alice

Acorda num dia qualquer. Um dia que tenha começado, e, como tu, seja um ser inacabado.
Não importa se o frio magoa, se o sol marca, se a chuva te lava. 
Veste o fato sem máscara. Descalça-te. Prepara a tua mochila. Nela guardas um tesouro. O que sabes. O que aprendeste mesmo sem saber. O que queres desaprender.
Desenha um mapa. Colorido de branco. Para pintares a arco-íris de cores.
Uns dias pálidas, outros dias vibrantes. De cores acentuadas, de cores distantes.
Enche-o de estradas, caminhos, trilhos, lagos, rios, ribeiros. Onde queiras desaguar.
Vales de lonjuras, colinas, montes, montanhas com Himalaias de alturas.
Veste-te com um longo manto de sorrisos. Um casaco de amor. Para abrigares quem escolheres. Cobre-te com um chapéu de doçura. Guarda um lenço para enxugares as lágrimas. 
Usa diariamente luvas de entusiasmo porque das mãos vais precisar para te afagares. Serão as tuas asas. 
Pinta-te de alegria para te descobrires. 
Quando os pés estiverem lamacentos de cansaço, cobre-os de ternura. Serão as tuas raízes.
O teu propósito é indefinido. Um mistério. Sem bússola. 
Definida é a escolha de viajares. 
És tu o mistério a descobrir.
O mapa será escrito,desenhado, traçado, encontrado, perdido e marcado, pelos teus passos. Intensos para marcarem o chão que percorres.
Descobre os amores e as paixões a que pertences. Ocupa-te de os construíres,percorrendo-os.
Por ti. Com o poder de ser, quem vieste ser. 
Para completares a poesia, que vieste para ti escrever.

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