Anatomia de grey ou o Síndrome de
grey (como disse a minha amiga Rita Jordeen).
Quanto cinzentismo vai por esse
mundo! Sinto-me enfadada ao olhar tanta gente subnutrida de inteligência e bom senso. E eu cheia de arrogância.
Basta de ouvir falar de 50 cenas à
grey. Mas antes, preciso de desabafar. É uma sensação sádica que tenho para os masoquistas
que me lêem.
Gostamos de muita porrada,
chibatadas, olhos vendados e comportamentos esquisitos?!
Ou somos todos voyeurs grey e não
sobra mais nada?
A situação económica, social e política
e sobretudo familiar (onde se mata) do povo (no geral, a entidade a que
pertencemos todos) ficou insana e entrou numa espiral de merdoso cano de esgoto
deixando-nos assim?
É a anatomia em forma de espelho da
obsessão, pós lobotomização, que vejo no amor ao livro/filme.
Ou é o síndrome da falta de erecções
e orgasmos?!
Da história de violência:
Prometo amar-te…
Até que a morte nos separe!
Dito pelo marido à mulher, ou o
político, ou a troika, os credores, os bancos, as corporações a essa massa que
é o povo, antes de a (nos) violar, maltratar e…matar. E neste caminho seguimos?
Dirão os sensatos: cada um deve
naturalmente fazer o que gosta. E ler e assistir aos filmes/livros que gosta. E
pelo sucesso do “traila”, das vendas de bilhetes e do conteúdo do livro, as
nossas vidas devem ser de facto muito enfadonhas e chatas. Invento eu.
Vamos então encher a conta bancária
de mais uns que dizem que fazem “arte”. Pálida e cinzenta. Que me rouba tesão.
Mas isso sou eu, invejosa que não entendo a loucura instalada mundo fora..
Sem mais desabafos vou calçar as
socas e teletransportar-me para outro planeta até que este tenha mais cores
para escolher.
Ou desapareço-me no meio das
tulippeenn. Essas não dizem: vou foder-te com violência. Rompem a terra com
poesia, simplicidade, entusiasmo e 50 cores sem sombras de grey.
Vou florir-me para esquecer. Sempre é
mais suave.
Estou curiosa por ler o RAP ou o
resumo do Senhor Américo pelo mesmo autor, sobre esta obra que se tornará
clássica em fama, para poder ter finalmente uma epifania: ele ata-a, dá-lhe
porrada, espeta-lhe os saltos no esófago, salta a rótula, ela gosta. Ambos têm
um orgasmo…fim!
Hum...demorei cerca de sete segundos
a escrever e a imaginar. Imagino agora a quantidade de erecções e orgasmos numa
trilogia de 500 páginas cada.
É muito sexo! Sempre dá para esquecer
a troika e a austeridade e a violência dos nossos dias. Pelo menos em 50 cores
diferentes.
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