Querido governo,
Deixo-te a minha oração ao levantar o
pé quando subi para a manga de um avião na minha Portela, hoje porta de um país
devastado, sem alegria, sem carnaval, onde não quero estar, onde me vejo grega
para ser quem quero, onde até o amor é uma obrigação para pagar dívidas, onde
não quero pagar nem mais um tostão de juros ou dívida que não fiz ou pedi, nem
vos cobrir o bluff, na jogada de poker com que me têm usado:
-“Vou partir, naquela estrada onde um
dia cheguei a sorrir”: podes ficar com as auto-estradas, as scuts, os bancos
falidos, os submarinos, os centros comerciais, os empreendedores com punho, os
carros de alta cilindrada das facturas sem sorte, as motas do soares dos
pobrezinhos, os bifes da jonet, os corruptos, os partidos políticos, os
deputados, o espírito santo e o homem que em lugar das células tem um cavaco
que são embirrentos e parecidos contigo.
Quiçá com os lusos que já partiram,
podemos fundar um novo país, talvez nas Selvagens, com um acordo Selvagen com
interdição à vossa entrada.
Levo o fado, o cante, o queijo da
serra, os vinhos, o sol, a serra algarvia e o Alentejo!
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