O meu poema dedicado a África e aos seus filhos inocentes,
em especial aos milhares que perdem a vida procurando sobreviver.
Esta é mais uma história
que conta a morte da esperança
e da utopia
que morre à procura de vida
de quem não ouve uma só voz
em sua defesa
vinda de dentro da sua casa
Esta é a história de uma família
os suspeitos do costume
que vê os seus elementos partir
não apenas os observa
incita-os a morrer
incita-os de casa sair
incita-os a sua pátria não querer
e nem uma voz para os defender!
O que devemos fazer?
O que podemos fazer?
De quem nos podemos queixar?
Ninguém nada faz para os salvar
deixai-os afogar
deixai-os morrer
Nem da ponta do continente
que expulsa os seus filhos
para terras que um dia os exploraram
e continua a explorar
nem destas
que também não os quer
nem para a sua consciência aliviar
Nem da outra ponta do continente
não há ninguém que por eles queira olhar
primos-irmãos que expulsam os seus primos-irmãos
da terra que um dia deles precisou para os acolher
para se erguer
E na desesperança estes filhos do continente
procuram sobreviver
sem nenhuma voz
vinda de dentro da sua família
para os defender
para os ouvir
África minha,
África berço de todos nós
porque te fazes silenciosa?
quando as mortes dos teus filhos gritam alto
Fala, grita, faz-te sentir
Calas-te porque não és exemplo...
África minha,
África berço de todos nós
deixas-te morrer sem esperança
sem vozes, sem utopia
Estes que se calam a ajudam na matança
que filhos são estes que foste parir?
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