«O
mal está tão generalizado, tão disseminado que está transparente» Jean
Baudrillard
É
justamente neste momento que a minha fé e esperança se reacendem. Um asteróide atingiu
a terra há milhões de anos e destruiu os dinossauros. Nós podemos ser o asteróide
dos tempos actuais como bem relembra Noam Chomsky, com quem concordo. Como
poetas, marinheiros, artistas, gente que pensa e gente que sente, também somos
o asteróide capaz de mudar de repente e sem aviso o rumo que tomámos.
Todos
sabemos que no mar, o vento pode mudar subitamente e desviar o destino do
barco. É a nossa infinita capacidade de criar quando estimulados pela
curiosidade, de imaginar, resistir, pensar, de se deixar ir, de reagir por
impulso, todos estes elementos combinados que fazem de nós a massa capaz de
construir de novo. De arranjar novos rumos, novos destinos. De ver o mal que se
tornou transparente e corriqueiro e destruí-lo. Também somos o asteróide da
renovação.
Estou
inspirada a fazer do pedaço de tempo que me restar nesta minha passagem, uma
fuga em grande da matrix em que vivemos «persuadidos a gastar o dinheiro que
não temos, em coisas que não precisamos para criar impressões que não duram em
pessoas com as quais não nos importamos» trabalhando infinita e de forma
desgastante para obter esse dinheiro.
A
revolução pacífica irá acontecer aos poucos. Eu vou dar um passo nessa
direcção, como muitos já estão a fazer. Hoje uma ou duas pessoas e amanhã com
muitos mais. Com todos aqueles que agarraram o lenço e não o deixaram fugir com
o vento violento e repentino que nos varre.
Contra
o vento que sopra, agarro no meu lenço para que não me voe e caminho. A dançar
a minha dança para fora da matrix. Construindo o meu moinho de vento.
Uma notável entrevista
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