Na espuma dos nossos dias,
Diz o Rui Veloso numa das
suas belas canções “É mais o que que nos une que aquilo que nos separa”.
Esse factor de união é a Língua
Portuguesa, a Pátria de todos aqueles que nascendo em países distintos, em
grupos étnicos diversos, com línguas e dialectos próprios e alguns bem antigos,
têm esta maravilhosa língua comum. Com ela construímos laços.
Língua com 800 anos de
vida, com influência de muitos povos que por cá deixaram raízes e construíram
esta ponte, levada em caravelas até aos pontos onde ela é hoje o laço que nunca
se transformou em nó.
Esta nossa língua com
conforto, sabedoria, generosidade e de braços bem abertos, aceita a inclusão e
ofereceu-se à mistura de vocábulos, de expressões, maneiras de dizer próprias
dos brasileiros, dos angolanos, dos guineenses, dos cabo-verdianos, dos
timorenses, dos macaenses, dos são-tomenses. Sem falsos pudores, vergonha ou
preconceitos.
Não precisamos de nenhum Acordo
para partilharmos todos a beleza, da riqueza desta Língua comum, nesta relação
descomplexada e aberta. Promíscua e dada às poligamias. Onde nos podemos todos
misturar e adoptar vocábulos, maneirismos de falar, ou manter os próprios.
Por ter tido a felicidade
de nascer debaixo desta bandeira comum, amo esta Língua que me abriu portas
para me relacionar com outras, vindas de terras onde nada mais partilhava senão
a humanidade. E por natureza, também com todos os países que nela se expressam.
Facilitou-me a expansão do
meu conhecimento e como pessoa. Obrigada Língua Portuguesa por seres como disse
Pessoa, a “minha Pátria”. Por me ofereceres ao mundo na tua caravela.
É com muito amor que
escrevo em teu nome.
É por amor que sou
promíscua e polígama porque a minha língua me relaciona com todos os milhões que
a falam por esse mundo fora, e, gosto!
Parabéns pelos teus 800
anos de História.
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